Ação já estava prevista no Planejamento Estratégico do hospital
Na tarde de quinta-feira, durante o Simpósio de Prevenção do Tromboembolismo Venoso (TEV), o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp apresentou o Protocolo Hospitalar de Prevenção do TEV para cuidado de pacientes com tromboembolismo venoso. O protocolo tem 40 questões será incorporado ao sistema AGHUse dentro do projeto do Plano Terapêutico e faz parte do Planejamento Estratégico do hospital para conseguir a certificação internacional.
De acordo com Fernanda Orsi, coordenadora de Administração do HC e médica hematologista, o preenchimento protocolo clínico de TEV no AGHUse será no momento da hospitalização do paciente, para alertar sobre os riscos de TEV e apontar a necessidade de tratamento preventivo.
“A implantação desse protocolo já estava prevista no Planejamento Estratégico do HC e contou com uma ação multiprofissional, envolvendo a enfermagem, a farmácia, a fisioterapia, a equipe médica e a alta gestão do HC da Unicamp para melhorar ainda mais a assistência aos nossos pacientes”, reforçou Fernanda.
O enfermeiro Paulo Rogério Júlio, responsável pelo Projeto Plano Terapêutico, explicou que o preenchimento das informações leva menos de três minutos. “A implantação desse protocolo é uma revolução dentro do HC”, ressaltou Paulo.
José Barreto Nilcilene Pinheiro Daniel Franci Paulo Julio Luciana de Figueiredo Mayra Ribeiro Erich de Paula Fernanda Orsi
Nilcilene Pinheiro, coordenadora do Núcleo de Qualidade e Segurança em Saúde (NQSS), a implantação de protocolos clínicos são uma prioridade estratégica para o HC da Unicamp. “Esse protocolo foi elaborado baseado em evidências, mas dentro da realidade do que o HC tem para oferecer. Com esse protocolo, todos vão atuar de forma padronizada e segura”, explicou a enfermeira.
Daniel Franci, coordenador médico das Unidades de Internação Adulto (UIA) do HC da Unicamp, sugeriu que, além do protocolo de TEV, seria importante o hospital implantar outros três protocolos clínicos dentro do hospital: dor torácica, acidente vascular celebral (AVC) e sepse. “O desafio é disseminar e gerenciar esses protocolos”, alertou Daniel.
“Os resultados dos protocolos clínicos devem ser analisados à luz da ciência e algum benefício de transformação deve ser implementado”, complementou Luciana Castilho de Figueiredo, coordenadora do Serviço de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do HC da Unicamp, durante a apresentação sobre melhoria dos resultados clínicos e o impacto econômico com a aplicação de protocolos clínicos e metodologias de planejamento, execução e monitoramento.
O coordenador de Assistência do HC, José Barreto Campello Carvalheira, juntamente com Fernanda Orsi, coordenadora de Administração, se comprometeram em dar continuidade à implantação dos outros protocolos. O de AVC está em fase de finalização e o de sepse será implantado em parceria com o Instituto Latinoamericano da Sepse (ILAS) já no próximo ano.
“Queremos levar as orientações desses protocolos até a ponta, para todos os profissionais que atuam no hospital, inclusive residentes e alunos”, revelou José Barreto.
Sobre a trombose
A trombose ocorre quando há obstrução total ou parcial de um vaso sanguíneo. Pode acometer qualquer vaso, – arterial e venoso – em qualquer parte do corpo. Quando isso acontece na artéria, temos as tromboses arteriais, que incluem as duas principais causas de morte no mundo moderno que incluem o infarto e os AVCs, popularmente conhecidos como derrames. Quando se manifesta na veia, dá origem ao tromboembolismo venoso (TEV).
O tromboembolismo venoso (TEV) inclui as tromboses venosas profundas (TVP), em geral nas veias da perna. E também a embolia pulmonar (EP), que geralmente ocorre quando um trombo de uma veia profunda da perna se solta e se aloja nos pulmões, podendo levar a queda rápida da oxigenação do sangue. O diagnóstico de trombose venosa é geralmente estabelecido pelo ultrassom com doppler e o da embolia de pulmão através de angiotomografia ou cintilografia pulmonar.
“Cerca de 60% dos casos de trombose estão associados à hospitalização. Metade das pessoas que tiveram trombose vão ter novamente, por isso a importância de reforçar conceitos e processos de prevenção”, disse Erich de Paula, médico hematologista e diretor associado da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp durante o simpósio também em comemoração ao Dia Mundial da Trombose, celebrado em 13 de novembro.
O tratamento do TEV é feito com substâncias anticoagulantes que impedem a formação do trombo e a evolução da trombose ou com uso de fibrinolíticos que destroem o trombo e com o uso de meias elásticas específicas. O protocolo instituído agora pelo HC para a prevenção do TEV contempla os dois tipos de tratamento baseado no nível de gravidade.
A análise sobre a eficácia do tipo de tratamento para cada paciente teve a participação do Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde (NATS) do HC da Unicamp. “Dentro da elaboração de nosso TEV, por exemplo, observamos a necessidade de tratamento para pacientes da ortopedia e para os pacientes que tem contraindicação de anticoagulantes e fatores de risco para a TEV. Precisamos pensar na população que estamos atendendo, principalmente após a alta hospitalar”, explicou a farmacêutica Mayra Carvalho Ribeiro, coordenadora do NATS.
Texto e fotografia: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp