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Aconteceu na manhã desta terça-feira (21), no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), a inauguração do maior projeto de eficiência energética já realizado entre a Unicamp e a CPFL Energia — uma parceria que já dura seis anos e que promove eficiência energética e produção sustentável de energia elétrica. O evento foi conduzido reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles.

No total, foram seis projetos de eficiência energética e de geração fotovoltaica, implementados por meio do programa CPFL nos Hospitais e realizados no Hospital das Clínicas (HC), no Hospital da Mulher (Caism), no Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro), no Gastrocentro, no Centro de Saúde da Comunidade (Cecom) e no Instituto de Otorrinolaringologia Cirurgia de Cabeça e Pescoço (IOU).

Com a implantação do projeto, o HC da Unicamp passou a gerar cerca de 20% de seu consumo de energia elétrica, graças a conversão de energia por meio de 2.208 placas fotovoltaicas instaladas nos telhados do hospital. O investimento da CPFL foi de R$ 3 milhões e capacidade da usina solar é capaz de gerar entre 1200 a 4200 kW/h dia. A obra foi executada pela empresa Ecopower Energia Solar. As placas fotovoltaicas foram instaladas sobre 4.500 M² de cobertura sobre as telhas dos blocos A, C, E e F do HC da Unicamp.

Para a instalação das placas foi necessário a construção de uma estrutura metálica para garantir que as telhas não fossem danificadas, além de ser necessária para a acomodação de inversores de frequência e infra-estrutura de interligação. Para otimização do projeto, a maior parte das placas ficou concentrada no bloco A (prédio dos ambulatórios) que é responsável por 50% da geração de energia.

O engenheiro eletricista do HC, Fernando Carnielli de Figueiredo, supervisionou a obra por meio da Divisão de Engenharia e Manutenção (DEM), explica que as placas são compostas de célula de silício cristalina que é a mais comum, presente em cerca de 95% de todas as células solares existentes no mundo.

“Em todo mundo, diante da escassez de fontes energéticas tradicionais, a energia solar fotovoltaica se consolidou como uma ótima fonte renovável de energia, limpa e sem danos ao meio ambiente”, destaca Figueiredo.

Os dias alta incidência solar são os que alcançam o máximo da eficiência da usina solar para a demanda diária do hospital, considerando que a energia é consumida ao longo das 24 horas do dia, mudando conforme as variações climáticas. O monitoramento da geração de energia é em tempo real através de um software dedicado e a garantia dos equipamentos e placas varia entre cinco e 25 anos.

Campus sustentável

De acordo com o professor Luiz Carlos Pereira da Silva, coordenador do programa Campus Sustentável, o que a Unicamp faz é gestão de energia, diminuindo o desperdício com eficiência energética e oferecendo energia renovável. Silva conta que a Unicamp tem empreendido esforços para aumentar a geração de energia renovável dentro do campus, também com recursos do orçamento da Universidade.

“No nosso primeiro projeto, que deu origem ao Campus Sustentável, instalamos 534 kw de geração fotovoltaica. Só neste projeto, agora, estamos instalando 1,1 mil kW. No ano que vem, vamos executar um projeto de grande porte, que deverá instalar mais 5 mil kw. Sairemos dos atuais 2,5 mil kw para 7,5 mil kW. Também temos projeto do orçamento próprio para substituição de lâmpadas. Temos o programa Unicamp 100% LED, por meio do qual substituiremos 100 mil lâmpadas, e o projeto Sustentabilidade no Ar, pelo qual serão substituídos 2 mil aparelhos de ar condicionado velhos, com mais de 20 anos de uso”, explica Luiz Carlos.

Perspectiva de futuro

Para o reitor da Unicamp, a parceria com a CPFL representa uma perspectiva de futuro para transformar a região de Campinas num grande polo de inovação. O objetivo, segundo Meirelles, é não apenas melhorar a eficiência energética para a comunidade acadêmica ou para a região, mas gerar conhecimento que possa servir de exemplo para o país.

“Inovação na área da transição energética, no tratamento à saúde, na produção de equipamentos e medicamentos, na logística hospitalar. Isso pode transformar não só a Unicamp, mas nossa cidade e região num exemplo de desenvolvimento, que é aquele baseado em ciência e tecnologia, que respeite o meio ambiente e que promova a justiça social”, argumenta Meirelles.

O diretor presidente da CPFL, Roberto Sartori, disse que a empresa tem feito esse tipo parceria com vários municípios, mas que, com a Unicamp, tem sido especial, devido à abertura para novas pesquisas em novas tecnologias. “Temos muito orgulho desse trabalho com a Unicamp, e a CPFL está aberta para novas áreas de colaborações com a Unicamp”, disse ele.

A cerimônia contou ainda com as presenças do diretor presidente da Rede Municipal Mário Gatti de Urgência e Emergência, Sérgio Bisogni, que representou o prefeito de Campinas, Dario Saadi; do diretor de estratégia e Inovação da CPFL, Bruno Monte, e dos pró-reitores de Graduação Ivan Toro (Graduação) e de Extensão e Cultura Fernando Coelho, além de diretores de unidades, professores, pesquisadores e convidados.

CPFL nos hospitais

O projeto foi iniciado em 2019, interrompido em 2020 devido à pandemia e retomado em 2021. Além da eficiência energética, a ação contempla ainda investimentos para melhorar a assistência dos hospitais e um programa que permite que clientes da distribuidora possam fazer doações às unidades de saúde diretamente nas suas contas de energia. A iniciativa integra o Programa de Eficiência Energética (PEE) do Grupo CPFL, que compreende as empresas CPFL Paulista, CPFL Piratininga, CPFL Santa Cruz e RGE. O CPFL nos Hospitais integra o projeto Campus Sustentável da Unicamp.


Matéria originalmente publicada por Tote Nunes no Portal da Unicamp.
Edição de texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp
Fotografia: Felipe Bezerra (SEC Unicamp) e HC Unicamp

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