“Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô, mas que calor ô ô ô ô ô ô”, diz a marchinha de Carnaval escrita por Haroldo Lobo e Nássara que é muito apreciada pelos foliões de Momo. Desfiles, blocos de rua e bailes nas cidades e outras festas que acontecem durante o Carnaval requerem muita disposição e energia dos foliões, além de cuidados com a saúde.
O médico Jamiro da Silva Wanderley, do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, deu algumas dicas para os foliões aproveitarem o Carnaval até o final. “É importante manter o equilíbrio entre a alimentação, a atividade física e o descanso ao longo da folia”, destaca Jamiro.
A alimentação deve ser de fácil digestão: massas, arroz, feijão, legumes e frutas são uma boa pedida. Deve-se evitar comidas muito gordurosas e com digestão lenta, como feijoada e churrasco.
Ao pular Carnaval é recomendável usar roupas as mais confortáveis possíveis, que permitam uma boa transpiração e respiração. Deve-se ter cuidado com tintas sobre a pele, penteados e adereços que possam machucar, especialmente para as crianças, que gostam de se fantasiar para pular o Carnaval.
Outra dica importante é a hidratação.
“Beba pelo menos dois litros de água, para ficar bem hidratado, pois na brincadeira esquecemos de parar para tomar líquidos ou comer”, alerta Jamiro.
Se puder, prefira pular o Carnaval em ambiente aberto, mas não esqueça do protetor solar, se for em local de muito Sol. Em ambientes fechados há maior propensão a proliferação de infecções virais, estamos inalando com mais facilidade perfumes, sprays, resíduos de confetes e há maior probabilidade de brigas que podem causar pisoteamento ou quedas.
Segundo Jamiro, a pegação é uma prática comum no Carnaval. Se rolar uma atividade sexual, não esquecer dos preservativos e métodos de barreira. Os beijos frequentes podem disseminar doenças infectocontagiosas, como covid, gripes, resfriados e mononucleose, também conhecida como a doença do beijo.
“Muito cuidado com os excessos, principalmente, com álcool e demais drogas, especialmente para quem for dirigir. Álcool, droga e volante não combinam com nenhuma marchinha de Carnaval, como diz a letra: ‘Você pensa que cachaça é água? Cachaça não é água não’”, relembra Jamiro.
O médico do HC e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp alerta que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas junto com outras substâncias psicoativas podem ter efeito somatório e o efeito no dia seguinte pode ser um boa ressaca.
“Se exagerou, descanse. Tome bastante água e dê um espaço maior antes voltar a consumir bebidas alcoólicas. Ao notar que está meio estranho, com tontura, náusea ou mal-estar, peça ajuda, pois às vezes passamos do ponto e não percebemos. Se necessário, corra para uma Unidade de Pronto Atendimento. Não estrague seu Carnaval e nem o dos outros”, recomenda Jamiro.
Texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp
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