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Durante este mês, as cores roxa e laranja são utilizadas em diversos meios de comunicação com o objetivo de atentar para a conscientização e combate de algumas doenças. A cor roxa foi escolhida para a conscientização do lúpus, da fibromialgia e do mal de Alzheimer. Já a cor laranja foi incluída na campanha para conscientizar um dos tipos mais graves de câncer, a leucemia.

O lúpus é caracterizado como um distúrbio crônico que faz com que o organismo produza mais anticorpos que o necessário para manter o organismo em pleno funcionamento. Os anticorpos em excesso passam a atacar o organismo, causando inflamações nos rins, pulmões, pele e articulações.

Segundo o Ministério da Saúde, o lúpus eritematoso sistêmico (LES) é a forma mais séria da doença e também a mais comum afetando, aproximadamente, 70% dos pacientes com lúpus. Ele afeta principalmente mulheres, sendo 9 em 10 pacientes com o risco mais elevado durante a idade fértil.

O HC da Unicamp atende em média de 35 a 40 pacientes com lúpus e entre quatro e cinco precisam ficar internados para tratamento. De acordo Lilian Tereza lavras Costallat, médica reumatologista do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, fatores etológicos genéticos, hormonais, imunológicos e infecciosos são relacionados ao lúpus eritematoso sistêmico.

“É uma doença complexa que não tem uma etiologia bem definida e nem um único fator causal”, diz Lilian.

O diagnóstico é por meio da história clinica, com envolvimento sistêmico de diversos órgãos, principalmente pele, articulações, rins, sistema hematológico, pulmões e sistema nervoso, mas qualquer órgão pode ser acometido. Quanto ao laboratório, alterações no hemograma, presença de alterações como perda de proteína observada no exame de urina podem fazer a suspeita do LES que pode ser confirmada pela presença de autoanticorpos, principalmente com a presença do fator antinúcleo (FAN).

“Quem tem lúpus deve evitar exposição solar e contato com infecções. Deve ter alimentação balanceada e equilibrada e atividade física moderada, nos períodos de doença controlada e, principalmente, ter uma adesão consciente ao tratamento dessa doença crônica”, explica Lilian.

Ainda segundo a especialista do HC da Unicamp, houve importante progresso no tratamento do LES. A hidroxicloroquina deve ser usada em todos os casos de lúpus e, em alguns casos, é possível a prescrição de corticosteroides ou imunobiológicos.

“Mas tudo depende do tipo e da gravidade da manifestação de lúpus apresentada pelo paciente”, alerta Lilian.

Já a fibromialgia ataca especificamente as articulações, causando dores por todo o corpo, principalmente nos músculos e tendões. A síndrome também provoca cansaço excessivo, alterações no sono, ansiedade e depressão. A doença pode aparecer depois de eventos graves como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção. O motivo pelo qual pessoas desenvolvem a doença ainda é desconhecido. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) calcula que a fibromialgia afeta cerca de 3% da população. De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres.

De acordo com o médico reumatologista do HC da Unicamp, Manoel Barros Bértolo, a fibromialgia não tem uma causa definida. É uma doença crônica caracterizada por dor difusa, fadiga, sono não reparador, alterações cognitivas, ansiedade e depressão com comprometimento da qualidade de vida. O diagnóstico se baseia no quadro clínico de dores difusas pelo corpo. Não tem um exame para fazer o diagnóstico. Ele é de exclusão, após afastar outras doenças.

“A fibromialgia é um distúrbio da modulação da dor, devido a uma disfunção do sistema nervoso central (SNC) que causa a amplificação da transmissão e interpretação da dor. A disfunção da regulação de neurotransmissores como serotonina e noradrenalina no sistema nervoso é considerada uma de suas possíveis causas”, explica Manoel.

O tratamento da fibromialgia é feito com fisioterapia, exercícios, analgésicos, anti-inflamatórios e antidepressivos. “A atividade física regular, o acompanhamento com psicólogo ou psiquiatra e a correção de hábitos alimentares inadequados fazem parte do tratamento da fibromialgia”, diz Manoel.

Alzheimer e leucemia

O mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca o declínio das funções cognitivas, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social. Com o passar do tempo, ela também interfere no comportamento e personalidade da pessoa, causando consequências como a perda de memória. O Alzheimer é a causa mais comum de demência – um grupo de distúrbios cerebrais que causam a perda de habilidades intelectuais e sociais. No Brasil, existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Seis por cento delas têm a doença de Alzheimer, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).

A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que em 2019 a leucemia teve mais de 10 mil novos casos. Os sintomas incluem anemia, palidez, sonolência, fadiga, palpitação, manchas roxas na pele ou pontos vermelhos, bem como gânglios linfáticos inchados, perda de peso, febre e dores nas articulações e ossos. A campanha também frisa a importância da doação de medula óssea. A doação é muito importante, pois a cada cem mil pacientes, apenas um doador é compatível.


Texto e fotografia: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp
Ilustração: Divulgação / Vídeo: TV Unicamp

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