Pratea inicia conversas para capacitar profissionais do SUS no atendimento de crianças com autismo


Número de crianças com autismo na região de Campinas pode chegar a 30 mil

A equipe da psiquiatria infantil do Hospital de Clínicas (HC) e da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp recebeu no dia 29 de fevereiro a visita da secretária de Saúde de Águas de Lindóia, a médica Maria Teresa Macedo de Ávila Ferraz, e da coordenadora de Saúde Mental do município, a enfermeira Helga Resquioto. A visita faz parte do projeto para esse semestre da equipe do Pratea de realizar reuniões com secretários de Saúde dos municípios que encaminham crianças para diagnóstico e tratamento de autismo à Unicamp e para propor a capacitação de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) dessas cidades, para que possam oferecer as intervenções que essas crianças necessitam.

Maria Teresa e Helga foram recepcionadas no prédio do Programa de Atenção aos Transtornos do Espectro do Autismo (Pratea) pela médica psiquiatra e coordenadora do programa, Eloisa Helena Rubello Valler Celeri, pela enfermeira Camila Vieira Sávio, pela assistente social Mirian Franzoloso Santos e pela treinanda Adrelina Neves. Os pesquisadores do Pratea estimam que, somente em Campinas, haja cerca de 10 mil pessoas com autismo. Somadas as cidades da Região Metropolitana, esse número pode chegar a 30 mil.

“Nós faremos o diagnóstico e o plano terapêutico e vamos capacitar, acompanhar e supervisionar os profissionais das cidades para que as crianças com autismo possam ter atendimento o mais próximo possível de sua residência. Isso evita os deslocamentos frequentes que atrapalham a escola, a vida dos pais e gera, muitas vezes, desrregulações e quadros disruptivos nas crianças com autismo. Dessa forma, estamos ajudando no tratamento dessas crianças”, explica Eloisa Celeri.

O Pratea está localizado ao lado prédio da biblioteca da FCM, no estacionamento interno do HC da Unicamp. Inaugurado em 2022, no Pratea ocorre o atendimento das crianças autistas pelo ambulatório de psiquiatria infantil do HC da Unicamp e, também, capacitação educadores para a identificação de crianças autistas, treinamento de profissionais de Saúde para diagnóstico e tratamento dos transtornos do espectro do autismo e orientação de familiares quanto às necessidades das crianças com essa condição.

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por padrões restritos de comportamentos, déficits marcantes na comunicação e interação social, pouca flexibilidade para mudanças de rotina, problemas na percepção sensorial do ambiente, estereotipias e dificuldades para compartilhar emoções.  Estima-se que o TEA afete 70 milhões em todo o mundo. No Brasil, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) estima que uma em cada 160 crianças tenha TEA.


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Texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp
Foto: Divulgação Pratea e SEC Unicamp