HC realiza mutirão de cirurgia de estrabismo


Pacientes convocados vieram da região de Campinas e do Mato Grosso

O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp realizou um mutirão de cirurgia de estrabismo no sábado (18/5). A ação teve o apoio da superintendência do HC da Unicamp. Foram convocados 14 pacientes, dentre eles duas crianças. Uma das pacientes veio da cidade de Nova Andradina, do Estado de Mato Grosso. Os pacientes foram atendidos no Centro Cirúrgico Ambulatorial e submetidos a anestesia geral para a realização da cirurgia. Após a recuperação, todos foram liberados e voltaram para suas casas no mesmo dia.

O estrabismo causa um desequilíbrio na função dos músculos oculares, fazendo com que os olhos não fiquem paralelos. Ele pode estar presente desde o nascimento ou surgir mais tarde durante a infância ou na fase adulta. Em adultos, o estrabismo pode ser causado por alguma doença física não ocular, como o diabetes, doenças neurológicas ou traumatismo na cabeça. Um dos primeiros sintomas do estrabismo é a visão dupla.

A cirurgia para correção de estrabismo leva de 30 minutos a uma hora e meia, dependendo da complexidade do caso. A cirurgia é feita entre a superfície do globo e o envoltório ósseo da órbita, por onde passam os músculos. São utilizados instrumentais e fios muito delicados. Os pontos são absorvidos naturalmente no processo de cicatrização não sendo necessário retirá-los.

“É sobre a inserção dos músculos extraoculares que a cirurgia é realizada para diminuir ou aumentar sua força. A cirurgia não afeta estruturas responsáveis pela visão como córneas e estruturas intraoculares. Também não deixa cicatrizes, pois não faz cortes na pele”, explica a médica oftalmologista e especialista em estrabismo do HC da Unicamp, Nilza Minguini.

De acordo com a especialista do HC da Unicamp, a cirurgia de estrabismo é recomendada em todos os casos de desvios oculares horizontais, verticais e torcionais associados à visão dupla, ou mesmo sem visão dupla, mas que estejam comprometendo a qualidade de vida do paciente, seja por outros motivos funcionais, como por exemplo o torcicolo ocular, diminuição do campo visual (extensão da visão) ou motivos psicossociais.

Após a cirurgia, há desconforto à luz nos primeiros dois a cinco dias, devido ao lacrimejamento e ardência. Depois, os sintomas desaparecem gradualmente. No pós-cirúrgico, a recomendação é usar colírio anti-inflamatório com antibiótico conforme orientação médica.

É importante manter os olhos limpos, evitar locais com poeira, exposição demorada ao sol, evitar banho de piscina ou de mar. O paciente pode usar a visão normalmente, para assistir TV, para leituras de livros, computador ou celular.

Em alguns poucos casos, mesmo após a cirurgia, o estrabismo ainda pode voltar. As complicações mais frequentes da cirurgia são efeito cirúrgico insuficiente ou maior que o esperado. Nesses casos são necessários retoques. “Mas na maioria dos casos o alinhamento é obtido com sucesso permanente”, ressalta Nilza.

Participaram do mutirão três cirurgiões principais, três cirurgiões auxiliares, três anestesistas, dois oftalmologistas, dez profissionais de enfermagem, um funcionário da farmácia e uma da higiene. Durante o mutirão houve interface com as equipes de Nutrição, Central de Material e Esterilização, recepção do terceiro andar do hospital e Serviço de Rouparia.


Texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp
Fotografia: Divulgação