O tema desse ano do Maio Amarelo é “Paz no trânsito começa por você”. Nos dias 20 e 22 de maio, nos ambulatórios de Ortopedia e Cirurgia do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, os pacientes e visitantes receberam informações sobre acidentes de trânsito. A ação faz parte do Projeto de Extensão Meses Coloridos, uma parceria entre HC da Unicamp, a Faculdade de Enfermagem (FEnf) e a Pró-reitoria de Extensão e Cultura (ProEC). Houve também a apresentação do musical de professores e alunos das Faculdades de Ciências Médicas (FCM) e de Música da Unicamp.
“O objetivo desse projeto é desenvolver campanhas de conscientização em saúde, associando cada mês a uma cor representativa de uma causa específica, a fim de promover a educação, prevenção e sensibilização da comunidade sobre questões de saúde. Esse mês, o foco foi a prevenção de acidentes de trânsito”, disse Kátia Stancato, professora da FEnf e coordenadora do projeto Meses Coloridos.
Veja aqui o material informativo da campanha Maio Amarelo preparado pelo projeto Meses Coloridos do HC da Unicamp com dicas de segurança no trânsito.
Já no dia 13 de maio, os primeiros 40 calouros do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) estiveram no auditório do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp participando de uma aula da disciplina da Cirurgia do Trauma sobre acidentes de trânsito. A aula faz parte do novo currículo do curso e foi colocada dentro do Programa Prevenção do Trauma Relacionado ao Álcool na Juventude (PARTY, em inglês).
“Como futuros médicos, é importante que vocês entendam como o trânsito repercute no sistema de saúde. Se vocês forem trabalhar em algum Pronto-Socorro, tenham certeza que irão atender muitas pessoas com trauma, vítimas de acidentes de trânsito”, disse o médico Gustavo Pereira Fraga, coordenador da disciplina de Cirurgia do Trauma.
O PARTY é um programa que foi desenvolvido no Canadá, na década de 1980. O objetivo é conscientizar os jovens sobre fatores de risco relacionados ao Trauma, sobretudo, o consumo de álcool. Em Campinas, o projeto é realizado em parceria com a Liga do Trauma da Unicamp, Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Núcleo de Prevenção de Violências e Acidentes Secretaria Municipal de Saúde, SAMU, Centro de Referência em Reabilitação, pela Polícia Militar Rodoviária e pelo Corpo de Bombeiros.
Podcast Ressonância
Trânsito mata mais de 33 mil pessoas por ano no Brasil. Para alertar e conscientizar a população sobre a importância da segurança no trânsito, o podcast Ressonância conversou com o médico do Trauma do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, Gustavo Pereira Fraga. “Os acidentes de trânsito são considerados como trauma, por isso os classificamos como doença”, explica Gustavo.
De acordo com professor da disciplina do Trauma da Unicamp, o trânsito faz parte do dia a dia de todos. Em Campinas, revela Gustavo, a maioria das vítimas são motociclistas. Alguns sofrem lesões graves enquanto outros vêm a óbito no local no acidente.
Durante o podcast, Gustavo abordou vários temas, dentre eles a importância de campanhas como o Maio Amarelo para a educação e conscientização da população e os impactos financeiros e sociais que pacientes vítimas de acidente de trânsito trazem para o Sistema Único de Saúde (SUS).
“Por vezes somos motoristas, ciclistas, passageiros ou pedestres e um átimo de desatenção pode, muitas vezes, ser fatal”, alerta o especialista da Unicamp.
Mortes no trânsito
O Maio Amarelo é um movimento internacional que visa a preservar a vida no trânsito, por meio de ações coordenadas entre poder público e sociedade civil. A iniciativa foi criada em 2014 pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, em apoio à Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020 da ONU.
Dados da Emdec mostram que houve um aumento de cerca de 5,3% no número de óbitos em 2023, em vias urbanas e rodovias. Foram 159 óbitos em 2023 e 151 no ano anterior. Entre os 159 casos, 79 foram registrados em vias urbanas e 80 em rodovias. Do total de 79 vidas perdidas em vias urbanas em 2023, 38 (48,1%) eram motociclistas ou garupas. Os pedestres representaram 34,2% dos óbitos no eixo urbano, com 27 óbitos. Nove ocupantes de demais veículos (11,4%) e cinco ciclistas (6,3%) também perderam a vida nas vias de Campinas.
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