O Laboratório de Patologia Clínica (LPC) do HC da Unicamp atingiu a marca de 5000 exames moleculares de RT-PCR para investigação de coronavirus (Sars-CoV-2 ) em pacientes e colaboradores da Área da Saúde da Unicamp. Um salto importante nesse indicador é atribuído ao sistema automatizado de extração e purificação de material genético do vírus, cedido ao hospital pelo Instituto Butantan, que permitiu triplicar a capacidade operacional dos exames, disponibilizando cerca de 50% dos resultados em 24 horas.
De acordo com o diretor do LPC, professor Magnun Nunes dos Santos, mesmo com a chegada do “robô”, ainda ocorrem etapas manuais inevitáveis, como o registro da amostra, o recebimento no sistema e o preparo das amostras biológicas na cabine de segurança antes da introdução das placas de extração no sistema automatizado. “Além de resultar na agilidade do processo, seguramente o robô reduziu o desgaste da equipe quando a realização do processo extração era manual”, esclarece Santos.
No início da pandemia em março, todos os exames do HC e da maioria dos hospitais do estado, eram enviados para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. A liberação dos resultados variou entre 3 a 5 dias, devido à elevada demanda. Logo após o credenciamento do HC para a realização de exames de Sars-CoV-2, o LPC realizava desde o dia 1º de abril até o dia 18 de maio, todo o processamento das amostras manualmente, com resultados liberados em até 48 horas e com capacidade máxima de extração de 100 amostras/dia.
“O ganho foi enorme desde a instalação do primeiro robô em 20 de maio com capacidade para 32 amostras por hora”, afirma a professora Angélica Schreiber do Departamento de Patologia Clínica da FCM. Segundo ela, a capacidade montada no LPC foi dimensionada para atender pacientes e colaboradores do HC, CAISM, do Campus (CECOM), e no final de maio, a estrutura ampliou a cobertura também para o Hospital Estadual Sumaré.
Para ganhar volume de extração, o Instituto Butantan substituiu no início de junho o robô com capacidade para 32 amostras por outro com capacidade para 96 posições por ciclo, que leva em média 40 minutos. “Desde então, passamos a processar tudo o que chega pela manhã no período da tarde, e as amostras que entram depois do meio dia são processadas na manhã do dia seguinte”, destaca Schreiber. Antes, para esta mesma etapa e quantidade de amostras Sars-CoV-2, eram necessárias mais de quatro horas de processamento.
Para o coordenador de Assistência, professor Plínio Trabasso, a tecnologia foi essencial para agilizar os fluxos dos exames e o dia a dia das equipes envolvidas na porta, nas unidades de internação e também para os colaboradores sintomáticos e assintomáticos. “É inegável que a combinação da tecnologia do robô e das máquinas automatizadas de PCR para detecção do vírus trouxeram um ganho no processo de trabalho do hospital nesse enfrentamento do Sars-CoV-2”, destaca Trabasso. Do total de exames cerca de 1000 foram em colaboradores assintomáticos.
O robô de extração e purificação de material genético de vírus Sars-CoV-2 cedido pelo Instituto Butantan também está presente em outros 38 laboratórios credenciados pela entidade no Estado. O Butantan também é responsável pelo repasse de insumos, placas e reagentes importados para a realização dos exames. Os insumos e equipamentos enviados para a Unicamp estão sob a coordenação da Frente de Diagnósticos da força-tarefa da Universidade. As máquinas de PCR real time (2) pertencem ao Hemocentro e ao Instituto de Biologia.
A extração de material genético do coronavírus é realizada no Laboratório de Biossegurança Nível 2 da Seção de Microbiologia do LPC, que está certificado para estudos de micobactérias e outras análises microbiológicas, como o processamento de amostras e manipulação de material genético de vírus.
Caius Lucilius – Assessoria de Imprensa HC