A Unicamp possui 706 médicos-residentes distribuídos pela área da Saúde, sendo que 659 atuam no Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. De acordo com a Comissão de Residência Médica (Coreme) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, esse ano entraram 329 novos médicos-residentes e 377 subiram de nível, passando de R1, para R2, de R2 para R3 e assim sucessivamente, de acordo com a especialidade médica escolhida.
Ligada à FCM, a Coreme oferece programas de residência médica em 47 especialidades, 36 áreas de atuação e seis programas de anos adicionais, todos credenciados junto à Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), para promover o treinamento e qualificação de médicos.
As cinco áreas mais concorridas de acesso direto no HC da Unicamp foram dermatologia, psiquiatria, neurocirurgia, neurologia e cirurgia geral. Entre as especialidades clínicas, endocrinologia e geriatria liberam o ranking. Nas especialidades cirúrgicas, cirurgia plástica e urologia estão entre as primeiras.
De acordo com a médica Marilda Mazzalli, coordenadora da Coreme, a Residência Médica constitui uma modalidade de ensino de pós-graduação lato sensu, destinada a médicos, sob a forma de cursos de especialização, caracterizada por treinamento em serviço com carga horária de 60 horas semanais, sob a orientação de profissionais médicos de elevada qualificação ética e profissional.
Veja aqui a relação candidato/vaga em todas as áreas de residência médica oferecidas na Unicamp.
Formação e inspiração
Gabriel Pinheiro Souza dos Santos é de Santarém, Pará, e fez medicina na Universidade do Estado do Amazonas. Ele ingressou esse ano na residência médica da Unicamp em Clínica Médica. Cerca de 560 candidatos disputaram as 32 vagas existentes. Gabriel escolheu fazer a especialização no HC da Unicamp pelo fato do hospital ser um centro de referência em saúde.
“Tive uma excelente professora, médica gastroenterologista, que durante a faculdade muito me falou sobre a qualidade do serviço realizado no HC da Unicamp e me estimulou a tentar uma vaga de residência médica aqui no hospital”, revelou Gabriel.
Para conquistar a vaga, Gabriel disse que teve que estudar muito. A escolha pela Clínica Médica se deu por diversos fatores, entre eles a experiência dos médicos que compõem a equipe de trabalho do hospital, a quantidade de pacientes com patologias incomuns e a tecnologia disponível para o diagnóstico e atendimento desses pacientes.
“Outro ponto que me cativou em vir para cá foram os colegas, muitos com os mesmos sonhos e objetivos que o meu, que se esforçam diariamente para resolver tudo o que for possível e alcançar nossa maior meta: “Curar quando é possível, aliviar quando necessário e consolar sempre”, como diz o juramento de Hipócrates”, revela o médico-residente.
Apesar do pouco tempo na residência médica – os novos médicos residentes entraram em fevereiro desse ano – Gabriel diz que aumentar a quantidade de aulas e discussões de casos melhora o desenvolvimento da criticidade técnico-científica, uma vez que a medicina é uma área em constante evolução.
Segundo Gabriel, esses momentos poderiam ser úteis tanto como revisões quanto como atualizações de propedêutica e condutas terapêuticas, com intuito de findar dúvidas dos médicos residentes, além da possibilidade de discutir a aplicação de achados de estudos de grande impacto dentro do contexto profissional.
“Existem muitas outras possibilidades que podem ser discutidas em conjunto com a Coreme e percebo que nossos coordenadores são abertos para que, juntos, consigamos construir uma melhor formação e uma melhor assistência aos nossos pacientes”, finaliza Gabriel, que continuará estudando e se qualificando, inspirado nos excelentes profissionais que tem conhecido dentro do HC da Unicamp.
Simpósio internacional
O Núcleo de Avaliação e Pesquisa em Educação na Saúde (Napes) e a Comissão de Residência Médica (Coreme) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp realizaram de 13 a 14 de junho o I Simpósio Internacional de Residência Médica. Durante o simpósio foram discutidos temas relevantes da área nos âmbitos, regional, nacional e internacional, criando oportunidades para a troca de conhecimentos, integração e colaboração interdepartamental e interinstitucional.
Assista aqui na íntegra o I Simpósio Internacional de Residência Médica.
A coordenadora da Coreme da FCM, Marilda Mazzalli, falou sobre a importância de discutir a formação, a avaliação e os processos de aprendizado dentro da Residência Médica. “Nós discutimos muito a formação dentro da Graduação em Medicina, mas pouco no âmbito da Residência Médica. Esse é um bom começo para que todos nós possamos falar a mesma língua”, disse.
De acordo com a coordenadora do Napes da FCM e anfitriã do evento, Eliana Martorano Amaral, o simpósio foi pensado tendo em vista à carência de maneira geral, no Brasil, de discussões mais formativas a respeito da Residência Médica. “Acima de tudo nosso objetivo foi criar um espaço para discutir de maneira muito aberta e tranquila as nossas dúvidas, questões e problemas relacionados ao tema, com a oportunidade, através dos nossos convidados internacionais, de enxergar como essa área se dá no restante do mundo”, disse Amaral.
O diretor da FCM, Claudio Saddy Rodrigues Coy, revelou que o simpósio foi idealizado a partir das discussões sobre a avaliação na Residência Médica, quando viu-se a grande demanda de interesse sobre a discussão desse tema. “Não é comum termos discussões voltadas à qualidade da formação dos médicos-residentes. Existe uma lacuna que precisa ser preenchida”, observou Coy.
Texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp com informações de Camila Delmondes – FCM Unicamp
Fotografia: Edimilson Montalti e HC Unicamp