Setembro Verde é o mês de conscientização sobre doação de órgãos


Projeto Meses Coloridos, OPO e Banco de Tecidos Humanos fazem ação na rampa do HC

O projeto Meses Coloridos e as equipes da Organização de Procura de Órgãos (OPO) e do Banco de Tecidos Humanos do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp realizaram na sexta-feira (27/9) uma ação na rampa do terceiro andar do hospital em comemoração ao Dia Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos. Durante toda a amanhã foram entregues materiais informativos a todos os pacientes e visitantes do hospital. Professores e alunos das Faculdades de Ciências Médicas (FCM) e Instituto de Música da Unicamp fizeram uma apresentação musical durante o evento.

De acordo com a superintendente do HC, Elaine Cristina de Ataíde, o HC da Unicamp é o maior centro de transplante do interior do Estado de São Paulo com a maior Organização de Procura de Órgãos (OPO), também do interior do Estado de São Paulo.

“Esse evento de hoje é para conscientizar sobre a importância da doação de órgãos e levar esperança para vários pacientes que estão em lista de espera por um transplante e que, infelizmente, acabam falecendo sem conseguir a doação de um órgão”, disse Elaine durante a abertura do evento.

O médico Helder José Lessa Zambelli, coordenador da OPO, agradeceu as famílias dos doadores e ressaltou a importância das pessoas que desejam doar órgãos falar com seus familiares sobre o assunto, pois a recusa familiar para a doação de órgãos ainda é muito grande entre a população.

“Sem a família que doou os órgãos nada disso seria possível. Em doenças crônicas, se não fosse o transplante o paciente não sobreviveria. Por isso, conversem em casa sobre esse tema tão importante”, recomenda Helder.

O projeto Meses Coloridos é uma ação realizada pelo Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, a Faculdade de Enfermagem (FEnf) e a Pró-reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC). O objetivo desse projeto é desenvolver campanhas de conscientização em saúde, associando cada mês a uma cor representativa de uma causa específica, a fim de promover a educação, prevenção e sensibilização da comunidade sobre questões de saúde. O projeto foi aprovado pela ProEC com uma verba total de custeio de R$ 35 mil até março de 2026.

Setembro Verde

Dia 27 de setembro é o Dia Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos. Desde 1984, o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp é credenciado pelo Ministério da Saúde para a realização de transplantes. Até 2023, o HC da Unicamp realizou 9.529 transplantes de rim, córnea, coração, fígado e medula óssea.

A Organização de Procura de Órgãos (OPO) da Unicamp está completando 30 anos e é responsável por dar cobertura a 124 cidades da região, para notificação de potencial doador e captação de órgãos. Nos últimos seis anos, a OPO Unicamp realizou 2.210 notificações de potenciais doações e 729 delas foram efetivamente doadores de múltiplos órgãos.

“Doar é um ato de bondade. Um único doador pode salvar a vida de várias pessoas, pois é possível doar mais de um órgão e também tecidos”, diz Luiz Antônio da Costa Sardinha, médico neurologista da Organização de Procura de Órgãos (OPO) e Tecidos do HC da Unicamp.

Entre os órgãos que podem ser doados, o coração e o pulmão são os que possuem o menor tempo de preservação extracorpórea: de 4 a 6 horas. Fígado e pâncreas vêm em seguida com tempo máximo para transplante de 8 a 16 horas e os rins podem levar até 48 horas para ser transplantados. Já as córneas podem permanecer em boas condições por até sete dias e os ossos até cinco anos.

“Atualmente, a doação de órgãos deve ser consentida. Portanto, não vigora mais a lei que só considerava efetivamente doadores aqueles que tivessem no RG ou na Carteira Nacional de Habilitação a inscrição de Doador de Órgãos e Tecidos. Hoje, quem autoriza a doação são os familiares com até o segundo grau de parentesco”, explica Sardinha.

Amigo do Transplante

O HC da Unicamp recebeu na terça-feira (3/9) o Prêmio Amigo do Transplante 2024. A premiação ocorreu durante o III Encontro das Comissões Intra-Hospitalares de Transplantes do Estado de São Paulo, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, e faz parte das comemorações do Setembro Verde, mês de conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos.

“Esse prêmio é o reconhecimento daquilo que o hospital já vem fazendo há muitos anos e muito nos orgulha: ser um hospital de referência em transplante para a região de Campinas e para o Estado de São Paulo. Isso se deve há uma equipe multidisciplinar capacitada, engajada e atualizada que atua nas várias etapas que envolvem desde a captação até o transplante de um órgão”, comenta Elaine de Ataíde, superintendente do HC da Unicamp e, também, cirurgiã transplantadora do hospital.

Transplantes no Estado

Em julho deste ano, cerca de 23 mil pessoas aguardavam por um transplante de órgãos ou tecidos no estado de São Paulo. O estado é responsável por 31% de todos os procedimentos de doação realizados no Brasil. Somente no primeiro semestre de 2023, foram feitos 5.077 transplantes de coração, fígado, pâncreas, pulmão, rins e córneas. A Central de Transplantes do Estado de São Paulo registrou, no mesmo ano, um aumento de 5% no volume de transplantes de órgãos e tecidos em relação a 2022. Foram 8.176 e 8.597, respectivamente. Até junho deste ano, foram realizados 4.027 transplantes.


Leia também:
Superintendente do HC participa do lançamento do Programa TransplantAR Aviação Solidária

Paciente do interior de Alagoas é a número 3.500 no transplante renal

Doação e transplante de órgãos é o tema do podcast Ressonância


Texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp
Fotografia: Edimilson Montalti e Caius Lucilius