Banco de Multitecidos realiza primeira captação em um doador de múltiplos órgãos


A captação de tecidos musculoesqueléticos pode ser feita a partir de doadores vivos, com morte encefálica ou parada cardíaca

Na madrugada do último domingo (6/10), o Banco de Multitecidos do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp realizou sua primeira captação de tecidos musculoesqueléticos em um doador de múltiplos órgãos. Em 2023, o Banco de Multitecidos já havia realizou a primeira captação de tecido musculoesquelético extraído de uma doadora viva, após ser submetida a uma cirurgia de artroplastia total do quadril. 

De acordo com o médico Gustavo Constantino de Campos e responsável técnico do Banco de Multitecidos do HC da Unicamp, essa primeira captação em um doador de múltiplos órgãos marca a entrada do HC numa área carente de tecidos e representa uma grande conquista para a Unicamp e também para a região de Campina. “Há no Brasil uma grande demanda por este tipo de transplante que, atualmente, não consegue ser suprida pelos bancos existentes”, diz Gustavo.

A captação de tecidos musculoesqueléticos pode ser feita a partir de três tipos de doadores: os doadores vivos, que são pessoas que irão se submeter a procedimentos ortopédicos como prótese do quadril e que podem doar a cabeça de fêmur que é retirada na cirurgia; os doadores em morte encefálica, que são os mesmos doadores de órgãos como coração, rins e fígado e, ainda, os doadores de coração parado, pessoas que podem doar tecidos musculoesqueléticos após o falecimento, desde que isso seja feito em menos de 15 horas.

“Os beneficiários que receberão o transplante são pessoas que apresentam falhas ósseas ou ainda de tendões e cartilagens. O tecido transplantado pode significar para quem recebe o transplante, por exemplo, a recuperação de um membro ou ainda da capacidade de andar. É importante ressaltar que a captação dos tecidos é feita por equipe especializada com o comprometimento de não alterar a integridade do corpo”, explica Gustavo.

O Banco de Multitecidos do HC da Unicamp recebeu em agosto de 2024 a autorização de funcionamento pelo Ministério da Saúde para captação, processamento e distribuição de tecidos musculoesqueléticos, conforme  Portaria 2.033.


Texto: Edimilson Montalti – Núcleo de Comunicação HC Unicamp
Fotografia: Divulgação Banco Multitecidos