Pesquisadores do Hospital das Clínicas da Unicamp estão conseguindo melhorar a incontinência urinária em pacientes que sofreram cirurgias da próstata, principalmente a prostatectomia radical e a ressecção transuretral de próstata (RTU). Até hoje foram realizadas 11 cirurgias com índice de melhora superior a 64%, utilizando a técnica com “sling” perineal que tem apresentado resultados satisfatórios a curto e médio prazo, devido à simplicidade e baixo custo. Há um ano, os médicos da Unicamp começaram a aplicar a técnica de “sling”para tratamento da incontinência urinária masculina, já utilizada com grande sucesso para tratamento de incontinência urinária na mulher.
O objetivo do estudo do “sling” perineal para tratamento de homens com incontinência urinária por lesão esfincteriana é oferecer tratamento de baixo custo e aperfeiçoar a técnica operatória no HC, aplicada com sucesso em outros países. Segundo o professor Carlos D’Ancona (foto), responsável pela introdução da técnica no HC da Unicamp, o “sling” perineal tem se mostrado a alternativa mais viável, já que o emprego da técnica com esfincter artificial – atualmente o melhor método – é inviável para a maioria dos pacientes devido o alto custo, estimado em cerca de US$ 10 mil.
O médico explica que após cirurgias da próstata, principalmente a prostatectomia radical e a ressecção transuretral de próstata (RTU), alguns pacientes evoluem com incontinência urinária devido à perda do mecanismo esfincteriano. Apesar de pouco freqüente, após a RTU (cerca de 1% dos casos) a incontinência urinária pós prostatectomia radical ocorre em cerca de 8 a 12 % dos casos tratados. Todos os pacientes recebem as informações necessárias sobre a importância, riscos e complicações com o tratamento com “sling” perineal. Os riscos são semelhantes por utilizar material sintético podendo levar a infecção ou erosão, sendo necessário a retirado do material.
Devido a campanhas de detecção precoce do Câncer de Próstata e a popularização do exame de PSA (Antígeno Prostático Específico), um número cada vez maior de pacientes é submetido à prostatectomia radical o que ocasiona o aumento de pacientes com perdas urinárias devido a lesão esfincteriana. “O tratamento dessa complicação é difícil e várias técnicas já foram descritas, tendo a maioria delas resultados precários”, comenta o professor Carlos D’Ancona. O projeto é financiado pela universidade e faz parte de tema de dissertação de mestrado. Os interessados precisam entrar em contato para agendamento de consulta no ambulatório de urologia. Os telefones de contato são: 3788 7491 com a Sra. Jane (Serviço Social). O projeto está aberto a todos que tenham incontinência urinária e queiram participar do estudo.