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Uma equipe liderada pelo dentista Marcelo Pizzolato de Abreu Sampaio vem se aprimorando no serviço de prótese bucomaxilofacial oferecido pelo Serviço de Odontologia do Hospital das Clínicas (HC). O trabalho visa restaurar o paciente que sofreu deformidade facial por cirurgia oncológica ou por trauma. Para aprimorar o trabalho, a equipe chegou a contar com orientações do Instituto de Artes (IA).

Proceder à recomposição de até um terço da face dos pacientes tornou-se uma rotina para o grupo. Para isso, a equipe, além de desenvolver as próteses, participa diretamente de cirurgias oncológicas. O resultado, segundo Marcelo, tem sido altamente satisfatório. “Isso resgata a auto-estima do paciente, já que antes da cirurgia as lesões impõem constrangimentos de todo tipo”, revela. No momento, são oferecidos cerca de 200 atendimentos mensalmente, com a implantação de quatro próteses faciais. “Temos uma experiência de mais de 800 casos”, diz Marcelo.

Marcelo explica que as próteses podem ser óculo-palpebrais, nasais, auriculares, faciais extensas e intra-orais, estas últimas em maior número. As próteses mais complexas demoram até dois meses para ficarem prontas e, as mais simples, um mês. Segundo ele, a maior parte dos pacientes se adapta perfeitamente, o que não exclui casos de rejeição psicológica. Nos casos de câncer, a lesão pré-maligna em geral apresenta-se com coloração escura, esbranquiçada ou vermelha. “É um indício. E se persistirem por mais de 15 dias, a conduta é a biópsia.”

Cuidados

As próteses são presas em geral por óculos, cola ou implantes extra-orais, através de ímãs, colchetes ou encaixes do tipo macho-fêmea. Duram de dois a quatro anos, dependendo da higienização do paciente. Para compor uma prótese dos olhos, a equipe chega a confeccionar até as sobrancelhas, com pêlos do próprio paciente. “Nós conseguimos olhar para o paciente e não para o seu problema”. Enquanto trabalha, dividindo seu tempo entre o HC e a clínica privada, Marcelo também desenvolve pesquisas.

Atualmente, realiza um trabalho que deve atender as manifestações da quimio e da radioterapia na boca. Em sua dissertação de mestrado, em andamento, o especialista avalia a criação de uma escala de tons de cores de pele em silicone, para facilitar o trabalho dos alunos. E com a pesquisa “Avaliação funcional da oclusão velofaríngea com uso de obturadores sintéticos”, Marcelo, o otorrinolaringologista Agrício Crespo e o protético Paulo Santis foram contemplados, recentemente, com um prêmio da Sociedade Latino-Americana de Prótese Bucomaxilofacial, conferido pela Escola Americana de Prótese. A investigação foi destaque numa seleção da qual participaram mais 200 trabalhos.

Isabel Gardenal – ASCOM

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