O professor Nelson Adami Andreollo, titular na área de moléstias do aparelho digestivo, é o novo chefe do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. Eleito para um mandato de dois anos, Nelson Andreollo está na Unicamp como docente, desde 1979 e pretende, durante seu mandato, incrementar a produção cirúrgica do HC e manter os padrões de ensino e pesquisa do departamento. Outro desafio é estruturar a participação do Departamento no Banco de Tecidos (tumorais e normais) do HC e FCM, que será integrado a uma rede nacional de bancos de tecidos e servirá para estudos e pesquisas nas áreas de biologia molecular e genética.
O Departamento de Cirurgia da FCM foi criado em 1972, por decisão da Congregação da FCM, sendo o diretor da época o professor José Aristodemo Pinotti. Hoje o Departamento é uma das grandes áreas da FCM juntamente com a Clínica Médica, Pediatria e Tocoginecologia. Integram o departamento 40 docentes e mais 20 médicos assistentes, além de 68 residentes (R1, R2, R3, R4, R5 e R6) das várias especialidades cirúrgicas, técnicos especializados e biólogos.
É dividido em 10 áreas (Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Cirurgia Cardíaca, Cirurgia Pediátrica, Cirurgia Plástica, Cirurgia do Trauma, Cirurgia Toráxica, Cirurgia Vascular, Gastrocirurgia, Metabologia Cirúrgica e Urologia). Atualmente, o Departamento de Cirurgia é responsável por cerca de 65% das 14.000 cirurgias realizadas anualmente no Centro Cirúrgico Central e no Centro Cirúrgico Ambulatorial. “Nos últimos anos conseguimos ampliar as cirurgias estratégicas como os transplantes e as cirurgias bariátricas sem comprometer a rotina”, diz Andreollo.
Além de enfermarias e ambulatórios, os seus membros do departamento têm atividades e atuação no Gastrocentro, na área de diagnósticos e exames especializados do aparelho digestivo e na UER, sendo que nesta última, participam ativamente no atendimento de urgências e emergências. Para os procedimentos eletivos o Depto. atende em média 2.000 consultas ambulatoriais/mês.
Para o titular da cirurgia, entre os desafios dos próximos anos está melhorar a produtividade com o desenvolvimento de novas técnicas e incorporação de novas tecnologias para atender melhor os pacientes. O professor exemplifica que entre as áreas que certamente sofreram ampliação nos próximos anos estão as vídeo-cirurgias e até mesmo a cirurgia à distância, utilizando a telemedicina e os recursos atuais dos novos e modernos equipamentos de vídeos.
Para os transplantes os de pâncreas, intestino, coração e pulmão, a tendência também é de crescimento. Segundo Andreollo as novas técnicas representarão aumento de procedimentos e cirurgias complexas e de hospital terciário, menor impacto e agressão cirúrgica ao doente, recuperação pós-operatória mais rápida e período de hospitalização reduzido.
“Diferente de outras especialidades, a cirurgia não deixa de ter um perfil também tradicional, já que a incorporação de uma nova técnica cirúrgica leva alguns anos, no mínimo cinco anos, e necessita do reconhecimento da comunidade médica e acadêmica”, ressalta. E todo novo procedimento, diz, precisa ser aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da FCM, no Conselho Federal de Medicina e no Ministério da Saúde.
De acordo com Nelson Andreollo o departamento tem um papel ativo na área de transplantes hepáticos e renais, além de cardíaco e pancreático, o que enquadra o HC da Unicamp como um dos principais centros transplantadores do país. O primeiro é o HC da USP. São mais de 350 transplantes hepáticos e mais de 1000 renais realizados em 20 anos.
Os docentes da Área de Metabologia Cirúrgica são responsáveis pelo ensino e assistência aos doentes internados nas UTI’s (adulto e transplantes) do HC, atuando no gerenciamento, organização e atendimento especializado além da formação profissional de residentes e estagiários médicos e de fisioterapia.
Na área de ensino de graduação e residência médica, as atividades do Depto. no HC da Unicamp e na FCM têm um papel importantíssimo para a formação de alunos e residentes. São ministradas aulas e disciplinas em todos os anos do curso médico de graduação. E o perfil de alta complexidade da instituição, bem como o nível de formação acadêmica de seus docentes e médicos assistentes, comenta Andreollo, permite aos alunos de todos os anos (1º ao 6º) e aos 68 residentes um aprendizado de alto nível. As atividades práticas aos alunos se intensificam no quarto ano, em que são apresentadas as Bases da Cirurgia e no sexto ano, passam a ter atividades diárias junto aos doentes no HC.
O departamento também participa de atividades no Hospital Estadual Sumaré, desde a sua inauguração. No momento, seis residentes R2 de cirurgia geral atuam em rodízio, além de estágios e aulas aos alunos do quinto ano.
O ensino se fortalece com as atividades de pós-graduação em mestrado e doutorado. O Curso de Pós-Graduação em Cirurgia tem cerca de 100 alunos regulares matriculados e são defendidas cerca de 25 teses por ano. Além dessas atividades, tem conseguido manter publicações periódicas em revistas indexadas sobre pesquisas clínicas e experimentais. No âmbito de pesquisa mantém 10 laboratórios espalhados na área de saúde e no Núcleo de Medicina. “A meta é criar mais um na área de biologia molecular para estudos de tumores”, conclui Andreollo.
Caius Lucilius com Bruna Michelle – Assessoria de Imprensa HC