O Ministério da Saúde aprovou o projeto de ampliação das cirurgias cardíacas e vasculares do Hospital de Clínicas da Unicamp. O projeto proposto pelo HC vai triplicar o número de procedimentos realizados no hospital e reduzir sensivelmente a fila para pacientes de toda a região que aguardam por cirurgias cardíacas adulto, cirurgias cardíacas pediátricas, cirurgias endovasculares, cirurgias vasculares (excluindo varizes), cateterismos, eletrofisiologia e colocação de marcapassos. A partir de janeiro de 2007, os pacientes que estão na fila por cirurgias cardíacas e vasculares deverão ter o tempo de espera reduzido de 3 a 5 meses para aproximadamente 40 dias.
De acordo com o Manoel Bértolo, coordenador de assistência do HC, apesar de ser um polo de referência na área cardiovascular, Campinas exportava muitos pacientes para outros hospitais, principalmente da capital. “O número de cirurgias cardíacas em adultos, por exemplo, passará de 170 para 450 por ano”, exemplificou Bértolo. Dessa maneira, o ressarcimento das despesas provenientes desses procedimentos, que é realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ao HC, passará de R$ 3,7 milhões para R$ 9,7 milhões por ano.
O cardiologista Otávio Rizzi Coelho ressaltou que toda mudança requer um período de adaptação, por isso o tempo estimado de 90 dias para que as pessoas possam sentir o efeito pleno dessas alterações. “Pequenas alterações deverão ser feitas para atender essa demanda”, explicou Coelho. Bértolo acrescentou que as equipes de trabalho estão devidamente capacitadas para essa nova realidade. “Nós já realizamos mais procedimentos cirúrgicos do que o contratado com o SUS, portanto, os profissionais já estão devidamente preparados para esse aumento”, afirmou o coordenador de assistência. O suporte vem com a ampliação do serviço de UTI que passará de 38 para 78 leitos.
O projeto, que levou três anos e meio para ser aprovado, é uma aspiração bastante antiga do HC. Segundo o cardiologista e membro do grupo de trabalho, Domingo Marcolino Braile, são aproximadamente 14 anos de luta. “Trata-se de uma grande ajuda”, disse. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que para uma população de um milhão de habitantes existe uma expectativa de realização de mil cirurgias cardíacas por ano. “Isoladamente não resolve, mas é uma grande ajuda, principalmente se levarmos em conta que o HC atende pessoas de outras regiões e estados, além de Campinas”, finalizou Bértolo.
Caius Lucilius com Bruna Michelle – Assessoria de Imprensa HC