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Campinas pode abrigar o primeiro centro de referência em tratamento de cânceres em geral da região. Trata-se de um projeto do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a ser desenvolvido em parceria com o governo do Estado, e que prevê reservar uma ala do HC, com 72 leitos, para atendimento exclusivo a pacientes oncológicos. O projeto foi anunciado ontem pelo secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, durante coletiva sobre o plano de metas da pasta para o interior do Estado. O superintendente do HC, Luiz Carlos Zeferino, explicou que a idéia é aproveitar a capacidade máxima do HC, que é de 432 leitos de enfermaria, criando um centro de referência para pacientes com câncer.

Segundo Zeferino, o HC está atualmente com 340 leitos operacionais, dos quais cerca de 10% ocupados por pacientes oncológicos. Mas, a demanda é bem maior e muitos pacientes não têm acesso ao hospital por falta de leitos. “Criar um Instituto de Câncer em Campinas terá um grande impacto na assistência a esta patologia” , frisa. A proposta, apresentada e bem recebida pela Secretaria estadual, é separar um dos seis módulos de enfermaria do HC (cada um com 72 leitos), para oncologia. “Com isso tiramos os cerca de 32 pacientes oncológicos já internados e abrimos mais 40 leitos” .

Zeferino lembra que no interior do Estado existem apenas dois hospitais de referência em câncer: em Barretos e Jaú. Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), há apenas o Centro Infantil Boldrini, que atende crianças e adolescentes. Segundo ele, na macro região atendida pela Unicamp, vivem cerca de 6 milhões de pessoas, e a estimativa para 2006 é de mais de 20 mil novos casos de câncer. Barradas frisou que a proposta agrada a secretaria, que aguarda o detalhamento do projeto por parte da Unicamp para ‘bater o martelo’. A expectativa, segundo Zeferino, é de implantar o serviço até o fim do ano.

Centro de Especialidades

Outro projeto da Secretaria para este ano é a criação de 20 Centros Regionais de Especialidades (CRE), para melhorar o serviço de diagnóstico das diversas especialidades médicas. Os CREs terão caráter regionalizado, serão geridos por Organizações Sociais de Saúde (OSS) e vão atender de forma referenciada, com as consultas de especialidades agendadas diretamente pelos centros de saúde dos municípios. “O objetivo é fazer a consulta e os exames necessários no mesmo local. Depois, com o diagnóstico em mãos, o paciente pode ser novamente encaminhado para acompanhamento nos centros de saúde” , disse Barradas.

Em princípio não há nenhum CRE previsto para a RMC, mas a Secretaria já iniciou conversações com a Unicamp para a montagem em parceria de unidades em Limeira e São João da Boa Vista. Os CREs têm como meta reduzir as filas de espera por especialidades, facilitar o acesso da população e aliviar a demanda dos hospitais universitários (HU). Para Zeferino, os CREs vão descentralizar o atendimento, hoje concentrado nos HU. Com a criação dos serviços em Limeira e São João e de um possível terceiro no Circuito das Águas, a expectativa é de reduzir cerca de 30% dos atendimentos ambulatoriais do HC. “O desejo é diminuir em torno de 50% os atendimentos secundários” , disse Zeferino. Os dois primeiros CREs estão previstos para Votuporanga, na região de São José do Rio Preto, e em Santos, para atender a Baixada Santista. O serviço existe atualmente somente na capital paulista.

Delma Medeiros
Agência Anhangüera

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