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O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp inaugurou hoje o Hospital-Dia para atendimento exclusivo a pacientes com HIV/Aids. Pioneira no Estado de São Paulo, a unidade absorveu investimentos no valor de R$ 1,6 milhão, com recursos do Governo Federal e da Universidade. O prédio foi construído numa área anexa à Unidade de Emergência Referenciada (UER), antigo pronto-socorro. De acordo com o seu idealizador, o infectologista Rogério de Jesus Pedro, a Unicamp acaba de desenhar um modelo de assistência para Aids em fases mais avançadas. “Trata-se de uma estrutura piramidal que tem como ápice o atendimento hospitalar. É um modelo a ser replicado por outras instituições terciárias”, declarou.

O atendimento aos pacientes antes era feito no Ambulatório Leito-Dia da Disciplina de Moléstias Infecciosas. Passará a ser realizado num prédio de dois andares, projetado numa área de 1.500 metros quadrados. Segundo o médico, isso permitirá dobrar o número de atendimentos, passando de 20 para 40 por dia. Uma das principais vantagens, segundo ele, é que agora os pacientes não precisarão circular dentro do hospital. “Pretendemos atender exclusivamente os pacientes da Unicamp. Não temos condições de abrir para toda a macrorregião de Campinas”, salientou o reumatologista Manoel Barros Bértolo, coordenador de assistência do HC.

Estuda-se a possibilidade do atendimento ser realizado em três turnos de trabalho. O superintendente do Hospital, Luiz Carlos Zeferino, afirmou que o HC chegou ao ponto de reequilibrar as suas finanças e que em 2008 a situação deverá melhorar mais. O Ambulatório de Leito-Dia terá outro destino. “A princípio será utilizado para rodízio, durante reformas que deverão ser efetuadas ao longo do próximo ano”, revelou Zeferino.

Rogério de Jesus Pedro enfatizou que o paciente que precisa de cuidados não pode ser atendido sem assistência especializada, sobretudo porque muitos deles estão vivenciando intensa sintomatologia, o que exige um tratamento mais complexo. Agora, além do Laboratório de Aids, da Unidade Assistencial do Cipoi (com 1.500 atendimentos por mês), da Unidade de Internação (com nove leitos ocupados), do Ambulatório de Leito-Dia e de uma oficina laborativa (com 30 pacientes), a Unicamp também contará com o novo hospital para desafogar o atendimento do HC. “Se conseguirmos otimizar 100% dos espaços, conseguiremos chegar a 490 leitos. Temos 379 no momento. Também vamos abrir mais 22 leitos de UTI”, noticiou Zeferino.

Segundo a coordenadora administrativa do Hospital-Dia, a enfermeira Maria Rosa Colombrini, os pacientes atendidos no Leito-Dia passam em média 2 horas e meia na unidade. “Temos incentivado a desospitalização e dividido o atendimento com a atenção familiar”, relatou. Maria Rosa contou que um plano operacional, desenvolvido com os gerentes do HC, está em execução para que a transição da transferência para o novo hospital aconteça de forma adequada.

Sobre a inauguração do Hospital, o reitor da Universidade, José Tadeu Jorge, observou que o novo espaço tem a “cara da Unicamp” por algumas razões. “A principal delas é que, antes de ter uma infra-estrutura, já havia uma literatura em desenvolvimento”, disse. Além disso, segundo ele, o trabalho foi feito mediante a celebração de parcerias, conjugando esforços de cooperação. O reitor também destacou que o projeto traz em seu bojo o ensino, a pesquisa e a assistência, com formação de recursos humanos qualificados em todas as áreas. “Trata-se de um modelo que se notabiliza pela inovação, criando referência”, disse o reitor. O pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva, relembrou o início da concepção do hospital, realçando a persistência do seu idealizador.

Isabel Gardenal (texto), Antonio Scarpinetti (fotos) e Natan Santiago (edição de imagem)
Assessoria de Imprensa do HC e ASCOM UNICAMP

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