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A Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp prestou, na tarde de quarta-feira (30), uma importante homenagem a um de seus grandes colaboradores, o professor Edwaldo Eduardo Camargo. O evento realizado no auditório da FCM contou com a presença de amigos, familiares e autoridades da Unicamp e marcou a despedida do professor Edwaldo da carreira acadêmica. Bastante emocionado, ele afirmou que se via muito pequeno diante da dimensão dessa solenidade. “Eu não mereço nada disso. Só fiz aquilo que tinha que ser feito”, disse o homenageado.

Natural de Guaxupé (Minas Gerais), em 1959 entrou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Sua turma foi a primeira a ter aulas de Biofísica e Medicina Nuclear, o que o entusiasmou e chamou-lhe a atenção, achando que era a área que deveria seguir. Formou-se em 1964 pela 52ª turma da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Cursou a residência de Clínica Médica de 1965 a 1966 no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e iniciou suas atividades em Medicina Nuclear a partir de 1966 no Centro de Medicina Nuclear desta mesma Faculdade. Defendeu tese de doutorado em 1971 sobre renograma e cintilografia renal pela Faculdade de Medicina da USP.

Em 1973 mudou-se para Baltimore, nos Estados Unidos, e iniciou um estágio como Fellow na Medicina Nuclear da Universidade Johns Hopkins até 1975, sobre supervisão do médico Henry Wagner, uma das referências mundiais da área. Entre os anos de 1975 e 1976, Edwaldo e sua família retornaram ao Brasil. Atuou como médico pesquisador do Centro de Medicina Nuclear da FMUSP. Foi também chefe do departamento básico de Patologia Clínica e Cirúrgica e professor titular da disciplina de Biofísica e Medicina Nuclear da Faculdade de Ciências Médicas de Santos.

Em 1977 retornou novamente para Baltimore, onde se tornou professor assistente da Universidade Johns Hopkins, a convite do médico Henry Wagner. Nessa época, tornou-se diretor clínico da Medicina Nuclear, permanecendo em Baltimore com sua família até 1982. Em 1982, ao regressar novamente ao Brasil, assumiu a direção do Centro de Medicina Nuclear da FMUSP e do Incor. Nessa ocasião, reestruturou os serviços, contratando e treinando novos técnicos e médicos e difundindo as aplicações em Cardiologia.

Em 1988, recebeu novo convite do médico Henry Wagner para assumir os cargos de professor adjunto de Radiologia, diretor-associado e diretor clínico da Divisão de Medicina Nuclear da Universidade Johns Hopkins. Nesta ocasião conseguiu trazer para a Hopkins uma das primeiras câmaras Hitachi de quatro cabeças dedicada apenas a estudos cerebrais, resultando em diversos trabalhos nas áreas de Psiquiatria, Neurologia e Neurocirurgia. No 14º encontro brasileiro de Medicina Nuclear, realizado em São Luiz no Maranhão, participou como convidado internacional, representando a Hopkins.

Em 1991 foi convidado para assumir o cargo de Diretor do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital das Clínicas da Unicamp. Em 1991 criou o Curso de Especialização em Medicina Nuclear, com duração de dois anos, nos moldes do “Fellowship” da Johns Hopkins e do Centro de Medicina Nuclear da USP. E, em 1994, criou a Residência em Medicina Nuclear, com duração de três anos, aprovada pela Comissão Nacional de Residência Médica.

O Serviço de Medicina Nuclear da Unicamp foi o pioneiro na transmissão de imagens nucleares no Brasil, tendo feito a primeira transmissão em agosto de 1993, para Belo Horizonte, durante a realização do XV Encontro Brasileiro de Medicina Nuclear. Em novembro de 1997, iniciou-se a montagem de um Laboratório de Dosagens in vitro, com recursos da Fapesp.

Nesse mesmo ano assumiu os cargos de diretor da Divisão de Imaginologia do Hospital das Clínicas da Unicamp e chefe do Departamento de Radiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, com o objetivo de modernizar e tornar um pouco mais funcional o Departamento de Radiologia. Em 1998 tornou-se Professor Titular na área de Radiologia Geral do Departamento de Radiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

Além disso, teve uma produção acadêmica e científica muito grande: 202 aulas e cursos ministrados; 35 capítulos de livros; 160 trabalhos publicados; 368 resumos publicados; 542 trabalhos apresentados em congressos; 402 participações em simpósios, mesas-redondas, seminários, palestras e conferências e 45 participações como membro de bancas examinadoras de teses e concursos. Durante sua vida universitária formou e treinou alunos, especialistas, residentes, técnicos, biólogos, biomédicos e outros profissionais de áreas afins à Medicina Nuclear.

Jeverson Barbieri (texto), Antônio Scarpinetti (fotos) e Luis Paulo Silva (edição de imagens)
Assessoria de Imprensa do HC e ASCOM UNICAMP

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