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O estudo “Structural evidences of brais plasticity after successful epilepsy surgery: a Voxel Based Morphometry analysis o MRI”, da aluna de doutorado da Neurologia da Faculdade de Medicina da Unicamp, Clarissa Yasuda, recebeu o Prêmio Paulo Pinto Puppo, no XXIII Congresso Brasileiro de Neurologia, realizado em Belém no mês de agosto.

Sob orientação do professor. Fernando Cendes, o trabalho premiado consiste na criação de um software, desenvolvido pelo laboratório multidisciplinar de neurologia, que conta com médicos, físicos, matemáticos e engenheiros de computação, capaz de investigar a plasticidade cerebral após a cirurgia de epilepsia, como informa Clarissa. Segundo ela, o trabalho é pioneiro, pois prova que o cérebro consegue se recuperar mesmo depois de sofrer intervenção cirúrgica. “Antes víamos apenas uma mancha preta nos exames de pacientes pós-operados, e isso não nos permitia afirmar se o cérebro tinha ou não plasticidade. Com o uso deste software é possível provar que o cérebro se recupera, é possível quantificar sua plasticidade e assim a recuperação do paciente pode ser melhorada”, explica Clarissa.

O trabalho foi desenvolvido durante nove meses de pesquisas, desde a idéia inicial até sua efetivação com o desenvolvimento do software e foi totalmente elaborado pelo grupo multidisciplinar da neurologia da Unicamp. Para a neurologista, a premiação significa o reconhecimento de seu trabalho e, principalmente, um benefício para a comunidade. Além deste prêmio no Congresso Brasileiro, o trabalho também foi condecorado pela Academia Americana de Epilepsia. A autora, além de ganhar uma bolsa de estudos nos Estados Unidos, irá apresentar a pesquisa no “2nd Biennial North American Regional Epilepsy Congress”, reconhecido congresso da área em Seattle.

Além da pesquisa de Clarissa, outro orientando de doutorado da neurologia também foi premiado no Congresso brasileiro. Márcio Balthazar, orientado pelo professor Dr. Benito Damasceno, ganhou o primeiro lugar entre os que pesquisam Alzheimer, com o trabalho intitulado “Diferenças no padrão de atrofia das substâncias branca e cinzenta no comprometimento cognitivo leve amnéstico e doença de Alzheimer leve”. O estudo compara áreas de atrofia cerebral entre idosos com comprometimento cognitivo leve amnéstico – CCLA e idosos com Alzheimer, a fim de observar quais áreas do cérebro são mais comprometidas pela doença, além de identificar pacientes que possivelmente venham desenvolver Alzheimer a partir da comprovação de perda de memória, explica Balthazar.

Segundo o pesquisador, os resultados obtidos indicam que pacientes acometidos pelo Alzheimer têm perda da massa cinzenta, vulgarmente conhecida como córtex cerebral, o que representa perda significativa de neurônios, enquanto os pacientes com comprometimento cognitivo leve amnéstico têm atrofia em hipocampos e tálamos, que são a prolongação do neurônios. Porém, no CCLA não há perda da substância branca, que são os axônios cerebrais, como acontece na doença de Alzheimer, o que possibilita diferenciar os dois grupos, destaca Balthazar. “O diferencial desta pesquisa é estudar a atrofia de substâncias brancas, além de comparar o comprometimento do cérebro em pacientes com CCLA, com o comprometimento cerebral de pacientes com Alzheimer”, diz.

Além do Prêmio Aspen Alois Alzheimer recebido no Congresso Brasileiro de Neurologia, o estudo será publicado este mês na revista internacional European Journal of Neurology. “A premiação e a publicação da pesquisa é um grande reconhecimento do trabalho realizado e também uma importante passo para divulgar um estudo que futuramente pode vir a ajudar no diagnóstico diferencial dessas patologias com o envelhecimento normal do cérebro”, conclui Márcio Balthazar.

Caius Lucilius com Gláucia Santiago
Assessoria de Imprensa do HC UNICAMP

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