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A Organização de Procura de Órgãos (OPO) do HC da Unicamp está comemorando nesta quarta-feira 15 anos de criação. Uma solenidade para marcar a data foi realizada no anfiteatro do Hospital, reunindo pacientes e profissionais da saúde, que deram seus depoimentos pessoais sobre o serviço.

O HC já realizou mais de 4 mil transplantes. A instituição, que é referência no Brasil e tem a maior OPO do interior de São Paulo, faz transplantes de rim, fígado, coração, córnea e pâncreas. Uma novidade, anunciada pelo coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Transplantes, Nelson Andreollo, é que em 2009 o HC fará transplantes de pulmão. Luiz Carlos Zeferino, superintendente do hospital, também informou que no ano que vem serão iniciados os transplantes de tecido ósseo.

O atual coordenador da OPO, o neurocirurgião Hélder Zambelli, reconhece os avanços obtidos na área, desde que começou, quando ainda não dispunha de metodologia adequada. No entanto, lamenta que uma população superior a 5 mil pessoas aguarde em uma fila para receber transplantes na região e que as notificações demorem tanto, a ponto de inviabilizar o processo. A seguir, ele fala dos avanços e dos gargalos para que os transplantes ganhem uma rotina e em efetividade.

Portal Unicamp – Como foram estes 15 anos com esta evolução até chegar no ano passado aos 4 mil transplantes?
Hélder
– Graças à estrutura de transplantes atual e à legislação de 1997, que permitiu organizar melhor o sistema, hoje podemos comemorar o aumento das notificações da morte encefálica, apesar de ainda haver muita demora no diagnóstico.

Portal Unicamp – Como o Brasil se situa em relação a outros países em termos de transplantes?
Hélder
– O nosso país está bem. É o país que mais transplanta na América do Sul, tendo São Paulo como sua maior expressão, atuando particularmente com um sistema bem-estruturado.

Portal Unicamp – Quais as maiores dificuldades para os transplantes?
Hélder
– Faltam notificações sobre os pacientes com morte encefálica e ainda existe desconhecimento técnico em reconhecer o diagnóstico. Também o transporte de órgãos é algo a ser considerado, bem como as campanhas, que devem ser uma constante. As parcerias com as diversas esferas do governo têm se intensificado substancialmente, notadamente com políticas de apoio pelas prefeituras.

Portal Unicamp – Eventos como este ajudam a sensibilizar a população?
Hélder
– Sim. Iniciativas pontuais como esta devem ser celebradas e servir de estímulo para que o tema seja discutido de maneira contínua. Observamos que quando falamos um pouco menos, o trabalho também diminui. Esperamos aumentar cada vez mais os transplantes, com as famílias dos doadores se manifestando positivamente sobre o desejo do paciente.

Portal Unicamp – O Brasil tem a cultura de doar?
Hélder
– A nossa população é boa nas doações, mas em 30% dos casos ainda persiste a recusa familiar para que isso se concretize. Na Espanha, que é um centro bem mais destacado, não somente a recusa é menor, mas também há influência preponderante da família.

Portal Unicamp – Quais têm sido os pontos mais positivos nos últimos dias?
Hélder
– A Secretaria Municipal de Saúde acaba de conseguir três novos enfermeiros para atuar nos grandes hospitais de Campinas, apenas na área de doação de órgãos e em tempo integral. Também um cirurgião torácico do HC estará se aprimorando na Espanha para desenvolver a técnica do transplante de pulmão.

Sábado – No próximo sábado, às 10 horas, na Chácara do Dadá (Rua Penedos, lote 1, Jardim das Andorinhas), acontece o tradicional jogo de futebol entre médicos e transplantados.

Isabel Gardenal
ASCOM Unicamp

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