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Hospital de Clínicas da Unicamp reafirmou nesta última quarta-feira, 21 de janeiro, que está disposto a aumentar os transplantes de coração. Primeiro na fila de espera do HC, C.R.M., 52 anos, recebeu a doação de um jovem de 17 anos, residente de Jundiaí. O transporte do órgão aconteceu imediatamente, possibilitando assim o sucesso da operação, assistida pela equipe do cirurgião cardíaco Pedro Paulo Martins Oliveira. O procedimento foi bem sucedido e o estado de saúde do paciente permanece estável.

O receptor sofria de Miocardiopatia Dilatada e Idiopática, insuficiência cardíaca grave e que não se sabe a causa exata. A necessidade de outro coração o levou ao Centro de Transplantadores do HC da Unicamp, que mostrou ter um grande potencial para realizar este tipo de cirurgia. Além de um corpo docente qualificado, há uma estrutura adequada, com ambulatório específico para pacientes com insuficiência cardíaca grave e possíveis candidatos ao transplante, sob a responsabilidade do cardiologista Fernando Schelin. No entanto, desde 1998, quando ocorreu o primeiro transplantes de coração, foram efetuados apenas 15 cirurgias na unidade, a última há mais de um ano.

Para o médico Lindemberg da Mota Silveira, membro da equipe responsável pela operação, este número reduzido pela escassez de doadores, que muitas vezes não a fazem por falta de cultura médica e acompanhamento adequado de pacientes em estado grave, além de pouco conhecimento a respeito do assunto. “Casos que comovem o país, como do ator Norton Nascimento, que precisava do transplante, e mais recente da garota Eloá, fazem com que o número de doadores aumente substancialmente”, constatou. Outro problema, segundo o especialista, é a logística de transporte, uma vez que o coração é retirado, necessita de cuidados especiais, pois o tempo de isquemia é curto, o órgão suporta apenas quatro horas entre a sua retirada e a implantação no receptor.

Apesar disso, o número de transplantes de órgãos – coração, fígado, rim e pâncreas – no HC aumentou 69% no último ano, porcentagem superior à média de todo o estado que foi de 31%. “Esse crescimento é resultado do trabalho efetivo da Secretaria de Estado da Saúde, que investiu na capacitação das equipes de captação, melhorando os índices de doação”, afirma o coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO) da Unicamp, Helder Zambelli.

Caius Lucilius com Marita Siqueira (texto) e Mariana Nogueira Marciano (fotos)
Assessoria de Imprensa do HC UNICAMP

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