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A disciplina de Dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp em parceria com o Hospital Municipal Mario Gatti (HMMG) e a Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo promove neste sábado (17/07), das 9h às 15h, a Campanha Regional de Hanseníase. As consultas do mutirão acontecem no ambulatório de Dermatologia do HC e no ambulatório de Especialidade do HMMG, com exames físico dermato-neurológico e orientações sobre a transmissão, diagnóstico e tratamento da doença.

A hanseníase, conhecida popularmente como lepra, é uma doença infecto-contagiosa causada por uma micobactéria denominada bacilo de Hansen. Sua transmissão ocorre pelas vias respiratórias, através de secreções nasais ou saliva eliminadas pelos doentes. Segundo a dermatologista do HC, Michelle Etienne Baptistella Florence, para que o contágio ocorra é necessário o contato íntimo e prolongado com o doente não tratado. “Assim que o doente inicia o tratamento ele pára de contagiar outras pessoas”, explica a médica.

A doença compromete, principalmente, a pele e os nervos causando vários tipos de lesões, sendo a característica mais importante a diminuição da sensibilidade. A hanseníase costuma se manifestar com a presença de manchas de cor clara ou avermelhada e às vezes nódulos, que se localizam em qualquer parte do corpo. “Se diagnosticada e tratada precocemente cura-se totalmente. Se o tratamento for tardio, pode deixar seqüelas importantes e incapacidades”, alerta Michelle Florence.

Para colaborar com o Programa Nacional de Controle da Hanseníase, a Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional numa ação conjunta com a Secretaria de Estado da Saúde e apoio da Fundação Paulista Contra a Hanseníase, desenvolve no período de maio a julho de 2010, campanhas junto aos serviços credenciados de Dermatologia do estado de São Paulo. De acordo com Michelle Florence a falta de informação, tanto por parte dos médicos como da população, faz com que a doença seja subdiagnosticada e tratada de forma inadequada no Brasil. Por ser estigmatizada, o doente hesita em procurar ajuda médica, postergando o tratamento. Embora a doença já tenha sido erradicada na maioria dos países do mundo, o Brasil está no segundo lugar no ranking mundial em número absoluto de casos da doença, ficando atrás somente da Índia. Segundo dados do Ministério da Saúde, o coeficiente de detecção de casos novos em 2008 foi 39.134 (20,64/100.000 habitantes).

Para a dermatologista, a diminuição significativa de casos só ocorre com o diagnostico correto e o tratamento adequadamente os doentes, quebrando assim o elo de transmissão.”Para isso a hanseníase deve ter prioridade nos programas de saúde e deve ser encarada com a devida seriedade, dada a gravidade da mesma”, afirmou Michelle.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que a prevalência global da hanseníase no início de 2009 foi de 213.036 casos em todo o mundo, estando 41.817 desses casos no Brasil. No Estado de São Paulo a maioria dos municípios apresenta índices baixos de detecção da doença, mas 25% dos municípios possuem ainda uma alta capacidade de disseminá-la, principalmente nas áreas próximas do Mato Grosso do Sul, de Minas Gerais e do Paraná. “Em 2009, Campinas registrou 62 novos casos de hanseníase”, completou Michelle.

Os primeiros registros dessa doença datam de 1350 a.C.. Apesar de ser muito antiga, o tratamento eficaz da doença só foi descoberto no começo dos anos 80, com o desenvolvimento da poliquimioterapia.

Caius Lucilius e Yasmine de Souza
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp

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