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O secretário de Saúde de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata, morreu aos 57 anos, na noite deste sábado (17/07), vítima de um infarto do miocárdio. Ele sentiu-se mal em casa e deu entrada no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia já com parada cardíaca. Foi imediatamente atendido pela equipe médica, que iniciou as manobras de ressuscitação cardiopulmonar. Paralemente, o secretário foi submetido a um procedimento de cinecoronariografia (cateterismo de urgência), quando foi constatada obstrução completa do tronco coronário principal. Apesar de todos os esforços realizados, o secretário não respondeu aos procedimentos e faleceu.

Médico sanitarista e um dos fundadores do Sistema Único de Saúde brasileiro e secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata, estava à frente da Secretaria desde 2003. Formado pela Santa Casa de São Paulo em 1976, em 1978 especializou-se em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Possui especialização em Administração de Serviços de Saúde e Administração Hospitalar pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O secretário Barradas tinha a Unicamp como um parceiro importante para a melhoria da qualidade da saúde pública na Região.

No entender do médico e reitor da Unicamp, Fernando Costa, o falecimento Luiz Roberto Barradas representa uma enorme perda para os sistemas de saúde do Estado de São Paulo e do Brasil. “Barradas teve papel importantíssimo na consolidação do SUS no país e, como secretário de Saúde, sempre contribuiu de maneira muito intensa para o desenvolvimento da área de saúde da Unicamp”, lamentou Costa. Mário Saad, diretor da FCM, destacou que o secretário Barradas foi um homem obstinado e firme na vontade de transformar a concepção de saúde pública em referência de qualidade e uma exemplar contribuição para o Brasil.

O superintendente do HC, Manoel Barros Bértolo, recebeu com muita tristeza a notícia da morte de Barradas, onde esteve no velório representando o reitor da Unicamp. “Nossa relação com o Barradas sempre foi profícua e importante para a área da saúde da Unicamp”, diz Bértolo que acrescenta “Tínhamos uma reunião agendada nesta semana para concluir a abertura de novos leitos no hospital a pedido do secretário”. O diretor-superintendente do HES, Lair Zambom, é testemunha do elevado espírito público e respeito pelo dinheiro público que Barradas conduzia em sua pasta “O empenho em que se lançava à defesa dos interesses da saúde pública no Estado era uma de suas características mais fortes. Trata-se de uma perda quase que irreparável para o Brasil e para o SUS”, lamenta Zambom.

Oswaldo Grassiotto e Ângela Bacha do Hospital da Mulher/CAISM lamentam profundamente o falecimento do parceiro que foi Barradas. “O secretário sempre olhou nosso hospital com muito carinho e nos últimos anos teve uma atuação decisiva para a provação de importantes investimentos para a saúde da mulher e do recém nascido”, comentam Grassiotto e Bacha. Já o professor Cármino de Souza, coordenador do Hemocentro da Unicamp, evocou um dos maiores especialistas brasileiros em saúde pública, que esteve presente em diversos momentos cruciais da saúde estadual. “Barradas sempre atuou atento ao interesse coletivo e combinava de maneira muito própria a sensibilidade e a razão de quem conhecia a área como poucos”, destaca Souza que acrescenta “A relação nos últimos anos vinha sendo motivo de grande satisfação por projetos específicos do Hemocentro como o Hospital da instituição”.

O secretário assessorou os ex-ministros da Saúde Adib Jatene e José Serra, foi chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo na gestão do ex-prefeito Mário Covas e secretário-adjunto de Saúde nos governos Covas e Geraldo Alckmin. Ele assumiu a pasta a qual chefiava em janeiro de 2003, durante a gestão Alckmin. Sob seu comando a Secretaria de Estado da Saúde entregou 31 novos hospitais, criou o programa Dose Certa para distribuição de medicamentos básicos à população, construiu o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, entregou duas novas fábricas de remédios, construiu uma fábrica de vacinas, idealizou e entregou os Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) e idealizou a lei antifumo.

O velório ocorreu durante todo o domingo no salão nobre da Provedoria da Santa Casa de São Paulo e o corpo será levado para cremação nesta segunda-feira (19/07).
 

Caius Lucilius
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp

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