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O Ministério da Saúde divulgou no último dia 5 de outubro, a confirmação de 38 casos de sarampo no Brasil, desta vez os infectados são de João Pessoa (PB). O vírus identificado pelo Laboratório de Referência Nacional (Fiocruz – RJ) foi o do genótipo B3, cujo sequenciamento genético é similar ao que está circulando na África do Sul. Portanto, os casos seguem classificados como casos de sarampo por vírus importado. Segundo Eliane de Oliveira Moraes, médica do Centro de Referência de Imunização do HC (CRIE), é importante que as pessoas estejam alertas com relação à carteira da vacinação.

Em 31 de agosto, foram confirmados outros cinco casos de sarampo no País, após um período de quatro anos de ausência da doença. O primeiro caso aconteceu no Pará, onde três pessoas de uma mesma família foram infectados. O vírus detectado é similar ao encontrado nos surtos da doença na Europa (Inglaterra, França, Itália e Holanda). A outra notificação foi no Rio Grande do Sul, em que duas irmãs apresentaram resultados laboratoriais reagentes para o sarampo, ambas viajaram recentemente para Buenos Aires, de onde provavelmente importaram o vírus.

Eliane de Oliveira Moraes salienta que os casos confirmados foram em pessoas não vacinadas por diferentes motivos (opção terapêutica pela homeopatia e alergia referida a componentes da vacina). “A primeira dose da vacina garante em média 95% da imunização e somente a segunda dose cobre essa falha vacinal”, esclarece Eliane.

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa, muito comum na infância. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, através das secreções nasofaríngeas, expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Caracteriza-se por febre alta, acima 38,5º, exantema máculo-papular generalizado (vermelhidão da pele), tosse, coriza, conjuntivite e manchas de Koplik (pequenos pontos brancos que aparecem na mucosa bucal, antecedendo o exantema). O período de incubação da doença é de até 14 dias, da exposição ao vírus até o aparecimento do exantema, entretanto o período de transmissibilidade é de quatro a seis dias antes do aparecimento do exantema permanecendo até quatro dias após.

No Brasil, o último caso de transmissão autóctone se deu no ano 2000. Desde então, todos os casos confirmados no país foram considerados casos importados de outros países. O Ministério da Saúde recomenda que seja reforçadas a monitorização da cobertura vacinal, a vacinação de rotina, a busca de faltosos e a vacinação de bloqueio; também alerta sobre a importância de informar aos viajantes sobre a necessidade de manterem suas vacinas atualizadas antes de viajar (preferencialmente 15 dias antes). “Estamos alertando para que não ocorram casos de sarampo no estado de São Paulo e também aqui na região de Campinas, por isso é importante que a qualquer sintoma a pessoa verifique a carteira de vacinação. Pessoas que viajaram para o exterior também devem ficar atentas a qualquer alteração”, afirmou Eliane.

Casos suspeitos devem ser imediatamente investigados e a notificação à Secretaria Estadual de Saúde deve ocorrer em até 24h. Portanto, todo paciente que, independente da idade e da situação vacinal, apresentar febre e exantema maculopapular, ou seja vermelhidão na pele, acompanhado de um ou mais sintomas da doença deve procurar uma unidade de saúde para que sejam colhidos exames clínicos afim de realizar o diagnóstico laboratorial. Para mais informações entrar em contato com o Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital de Clínicas da Unicamp pelo telefone (19) 3521- 7451 ou com a COVISA (19) 7802 – 6900.

Caius Lucilius com Yasmine de Souza
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp

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