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A Campanha Nacional da Voz será comemorada nesta segunda-feira e terça-feira (16/17-04) no HC/Unicamp sob a coordenação da disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (FCM). A campanha é promovida em todo país pela Academia Brasileira de Laringologia e Voz. O HC vai oferecer atendimento médico especializado à população com o objetivo de orientar as pessoas em relação aos problemas de voz que podem interferir na qualidade de vida, nas relações de trabalho e na sobrevivência. Neste ano, a campanha conta com o apoio da atriz Débora Secco.

Na Unicamp, o atendimento será das 8 às 16 horas no ambulatório no Hospital das Clínicas, principalmente os pacientes com rouquidão. Os participantes da campanha, com diagnóstico de câncer de Laringe, serão agendados e tratados no HC. “O uso inadequado e abusivo é, em geral, a principal causa dos problemas da voz. O fumo é outro grande vilão, responsável por 97% dos casos de câncer de laringe”, informa o médico Agrício Crespo, chefe da disciplina de Otorrinolaringologia da FCM da Unicamp.

Assim como qualquer estrutura de nosso corpo, explica Crespo, as cordas vocais – responsáveis pela vibração que produz a voz – ficam sobrecarregadas quando são muito exigidas. “Por isso, as pessoas mais afetadas por problemas de voz são os profissionais que dependem dela para trabalhar, como os professores, por exemplo”, destaca o docente.

O câncer de laringe é responsável por uma incidência de 90.000 mortes por ano no mundo, ocorrendo predominantemente no sexo masculino. De acordo com uma estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 12 mil novos casos de câncer de laringe são descobertos por ano. Outro dado preocupante da OMS mostra que o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de incidência deste tipo de tumor, ficando atrás apenas para a Eha.

Segundo Agrício Crespo alguns sintomas podem ser indicativos de que algo não vai bem. Rouquidão persistente por mais de duas semanas, pigarros, dores constantes de garganta, sensação de incômodo ao engolir alimentos e perda da voz são alguns dos sinais que servem de alerta. Laringites ou o surgimento de pequenos cistos, ou ainda de nódulos ou pólipos são alguns dos problemas mais comuns que podem causar distúrbios vocais.

O docente da FCM esclarece que apesar de apresentar um significativo aumento no nível de consciência das pessoas sobre os problemas relacionados à voz, o Brasil ainda está entre os países que têm as maiores incidências de câncer de laringe.

Para a Academia Brasileira de Laringologia e Voz o número de mortes poderia ser menor se as pessoas prestassem mais atenção nas alterações da voz e procurassem avaliação médica nas fases iniciais do problema, o que aumentaria as chances de cura. “Quem fica rouco sem melhora por mais de quinze dias deve procurar um especialista”, alerta o otorrinolaringologista.

O câncer de laringe é mais freqüente na população masculina e, quando diagnosticado precocemente, possibilita taxa de cura acima de 90% através de métodos conservadores. A disciplina de Otorrinolaringologia da Unicamp é pioneira nacional no tratamento endoscópico do câncer de laringe em instituições públicas e o serviço esta disponível à comunidade.

Todo material de consumo utilizado no atendimento ambulatorial será doado, sem custo ao HC, em sintonia com as medidas restritivas para saneamento financeiro no hospital. A campanha será divulgada nas emissoras de rádio e pela distribuição de outdoors nas principais vias de circulação.

A disciplina de Otorrinolaringologia participa da campanha desde o início, e coordenou nacionalmente as campanhas dos anos 2001 e 2002, quando foi alcançada a maior extensão nacional. A idéia genuinamente brasileira, ganhou o mundo com a realização de ações integradas em países como EUA, Eha, Portugal, Bélgica, Suíça, Itália, Argentina, Chile, Venezuela, Panamá e Brasil. Cerca de 3 mil profissionais, entre otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos, devem participar ativamente da campanha nacional neste ano.

Caius Lucilius
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp

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