O Hospital de Clínicas da Unicamp está recebendo novos pacientes com anorexia nervosa e a bulimia nervosa. O acompanhamento desse perfil de paciente é reponsabilidade do GETA (Grupo Interdisciplinar de Assistência e Estudos em Transtornos Alimentares) do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas, criado 2005. O ambulatório funciona as segundas-feiras das 7h30 às 12 horas e atende em média 80 pacientes por mês de toda a região. Com o tratamento mutiprofissional oferecido no HC, boa parte dos pacientes conseguem obter melhora e retomar a vida normal.
De acordo com o coordenador do grupo, o psiquiatra Celso Garcia Júnior, os transtornos alimentares são distúrbios psiquiátricos graves que acometem principalmente meninas adolescentes e mulheres jovens. “A anorexia é o transtorno mental com maior mortalidade”, conta o médico. Ele explica que quanto mais cedo o tratamento é iniciado, maiores são as chances de bons resultados. No GETA, os dois transtornos tratados são a anorexia nervosa e a bulimia. Em ambos os quadros, o paciente apresenta medo patológico de engordar, com uma preocupação obsessiva com o peso e a forma do corpo, com os quais mostra-se constantemente insatisfeito.
A anorexia é um distúrbio caracterizado pela perda de peso intensa e intencional, com recusa em manter o peso dentro da faixa mínima de normalidade motivada por uma distorção grosseira da auto-avaliação da imagem do corpo. “Embora desnutridas, as pacientes acham-se gordas quando se olham no espelho”, conta a psiquiatra Ana Luisa Traballi, médica do GETA. Dietas extremamente restritivas, atividades físicas extenuantes, ingestão de laxantes, autoindução de vômitos e outras práticas inadequadas para perda de peso levam a um estado clinico potencialmente grave, com taxas de mortalidade ao longo da vida que se aproximam a 20% dos casos.
Já em pacientes com bulimia nervosa afeta muito mais mulheres do que homens. Os principais sintomas são episódios de compulsão alimentar, com a ingestão descontrolada de uma quantidade de alimento absolutamente exagerada seguidos de culpa, medo de engordar e consequente utilização de práticas que tentam evitar o ganho de peso, como a autoindução de vômitos e uso de laxantes e diuréticos. “O tratamento dos transtornos alimentares mais comum em mulheres adolescentes e em jovens adultas deve ser multiprofissional e inclui acompanhamento nutricional, psicológico, psiquiátrico e, no caso das crianças e adolescentes, terapia familiar”, ressalta a assistente social Rosana Sartori.
Pacientes a partir de 13 anos, com diagnóstico de anorexia nervosa ou bulimia podem agendar uma consulta de triagem no GETA diretamente no ambulatório de psiquiatria do HC com o encaminhamento de um profissional de saúde. Outras informações através do telefone (19) 3521-8277.
Caius Lucilius com Jéssica Kruckenfellner
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp