Entre os dias 1º e 5 de outubro, os pacientes que passarem pelas salas de espera dos ambulatórios do hospital terão a oportunidade de participar de oficinas temáticas da Semana da Pessoa Idosa, organizada todos os anos pelo Ambulatório de Geriatria e o Serviço Social do HC-Unicamp. A abertura da semana será na segunda-feira (1º) no auditório do 3º andar às 08h30 e terá apresentação de corais e uma palestra sobre o preconceito com a pessoa idosa. O HC atende hoje cerca de 80 pacientes por mês no Ambulatório de Geriatria.
“Nós trabalhamos com esse formato de Semana da Pessoa Idosa há seis anos, usando o espaço disponível no hospital e na mídia para divulgar informações e esclarecer as principais dúvidas sobre o cuidado com os idosos”, conta Maria Elena Guariento, médica chefe da disciplina de Geriatria da FCM. As atividades propõem a mudança na ideia de que todos os idosos estão sempre doentes. “Mesmo que a pessoa apresente enfermidades crônicas, é possível viver na plenitude da sua funcionalidade física”, completa.
Na área de assistência hospitalar, a médica aponta como desafios assistir adequadamente aos portadores de múltiplas doenças, prevenir o isolamento social do idoso e alerta para o risco do tratamento inadequado, principalmente em decorrência das reações adversas associadas ao uso de vários medicamentos. Segundo ela, o ajuste da prescrição de medicamentos aliado a uma rotina ativa, à interação social e a uma dieta balanceada tendem a preservar ou melhorar a capacidade cognitiva e funcional do idoso. Conseqüentemente, os gastos com os tratamentos serão menores, otimizando o uso da verba na saúde pública. “Essas são duas vertentes que andam juntas. A prevenção das doenças e a promoção da saúde”, define Elena.
Durante o primeiro dia do evento, o Manual de Recursos no Campo de Atenção à Pessoa Idosa, elaborado pelo Conselho Municipal do Idoso de Campinas, será apresentado ao público. O manual é resultado do trabalho conjunto do Conselho com a PUC-Campinas, grupos da terceira idade, equipes de saúde, assistência social, educação e representantes de organizações não governamentais. “O objetivo do manual é levar mais informações aos profissionais de saúde, às pessoas idosas interessadas em participar de grupos da terceira idade, familiares e cuidadores, de forma que possibilite o conhecimento dos recursos existentes nas políticas sociais referentes a questão do envelhecimento”, explica a assistente social, Ana Maria de Arruda Camargo.
Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo divulgado recentemente mostra que o índice de mortalidade em pessoas com 60 anos ou mais caiu 9% no estado e a população idosa aumentou 50% na última década. Conforme o Censo de 2010, a população idosa representa mais de 11% da população no estado.
CRI – Centro de Referência do Idoso
A construção do Centro de Referência ao Idoso (CRI), prevista para ser entregue em 2014, deverá atender seis mil pacientes por mês, oriundos da Região Metropolitana de Campinas. “O CRI viabilizará uma assistência mais adequada às demandas da população idosa e contribuirá na formação de recursos humanos qualificados”, afirma a médica.
O HC da Unicamp foi um dos quatro hospitais escolhidos pelo governo de São Paulo para sediar um dos pólos regionais que receberá um CRI. O anúncio foi feito pelo governador Geraldo Alckmin em maio desse ano. Trata-se do maior programa de atenção ao idoso já lançado no Estado. Com investimento de R$ 121,7 milhões, os CRIs serão pólos regionais de promoção de envelhecimento ativo e centros formadores geriátricos, com especialidades médicas, atividades educacionais, culturais e de lazer.
Em tempo
O tema do Dia mundial da Saúde esse ano foi “Envelhecimento”. Na ocasião, O superintendente do Hospital de Clínicas da Unicamp, Manoel Barros Bertolo, disse que o HC está atento a essas mudanças e busca maneiras mais adequadas para o atendimento de idosos que chegam às áreas de Urgência e Emergência do hospital. O número de idosos no Brasil dobrou em 30 anos e a estimativa da OMS é de que, em 2050, haverá cerca de 400 milhões de idosos com mais de 80 anos no mundo, frente aos 14 milhões que havia em meados do século 20.
Caius Lucilius com Jéssica Kruckenfellner com Assessoria de Imprensa da SES
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp