O Dia Mundial da Pneumonia (12/11) foi criado em 2009, para promover a conscientização da população a respeito da doença. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde, no primeiro semestre desse ano, foram registradas em média diária de 35 mortes pela doença. A pneumonia é uma infecção pulmonar causada por vírus, bactérias ou fungos e se não tratada corretamente, pode levar à morte.
Considerando a gravidade e sua incidência, a Organização Mundial de Saúde (OMS) promove ações todos os anos e o tema dessa campanha é “Combata a pneumonia. Salve uma criança”. Estima-se que 18% das mortes de crianças até cinco anos seja causada pela doença. No estado de São Paulo, cerca de 20% das internações por pneumonia entre janeiro e junho eram de crianças menores de um ano.
Especialistas destacam que a pneumonia é uma doença evitável e tratável, porque diferente do vírus da gripe, ela não é transmitida facilmente. Mas recomenda-se a não exposição a mudanças bruscas de temperatura, o fumo, que pode provocar uma reação inflamatória que facilita a infecção e ainda o consumo de álcool, que interfere no sistema imunológico do aparelho respiratório. Há orientações também para evitar o ar-condicionado, pois o mesmo deixa o ar muito seco, o que também facilita infecções.
O acompanhamento médico regular e atenção aos sintomas ajudam na prevenção. Febre alta, tosse, dor no tórax, mal-estar generalizado e falta de ar são os principais indicadores da presença da infecção. A partir da consulta com um pneumologista, são feitos exames clínicos, como auscultação dos pulmões e radiografias de tórax.
Se identificada a presença da doença, o médico indicará o tratamento mais adequado. O mais comum é o uso de antibióticos, que são distribuídos gratuitamente na rede pública de saúde e em três ou quatro dias o paciente já apresenta melhora. Apenas em casos específicos a internação pode ser necessária, quando a pessoa é idosa, apresenta comprometimento da função dos rins ou da pressão arterial e ainda nos casos de crianças, grupo mais vulnerável.
O diagnóstico e tratamento precoces da doença são determinantes para salvar vidas. A OMS afirma que a pneumonia pode ser tratada efetivamente com remédios que custam menos de $1. Porém, menos de 30% das crianças doentes recebem os antibióticos necessários. Essas informações integram um relatório divulgado pela instituição, que aponta maior incidência da moléstia nos países em desenvolvimento, chegando a 98% de representatividade no total de casos registrados.
Os problemas de infraestrutura e o acesso ao atendimento médico, muitas vezes precário, são alguns dos problemas apresentados. O Brasil ganha destaque entre esses países por investir constantemente na melhoria do tratamento. Entre 2001 e 2010, o índice de mortalidade atribuído à pneumonia em crianças, apresentou redução de mais da metade.
Desde 2010, a vacina pneumocócica 10-valente também faz parte do calendário de imunização do SUS (Sistema Único de Saúde) e está disponível, gratuitamente, nos postos de saúde para crianças de dois meses a um ano e 11 meses de idade. Outra proteção oferecida no calendário de imunização e que auxilia na prevenção à pneumonia é a vacina contra a gripe, oferecida por meio de campanhas anuais de imunização em massa.
Caius Lucilius com Jéssica Kruckenfellner
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp