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A Secretaria de Estado da Saúde divulgou dados que indicam um aumento de 34% no número de mulheres internadas por infarto no estado. O clínico emergencista Marcos Roberto da Silva, supervisor médico da UER (Unidade de Emergência Referenciada) do Hospital de Clínicas da Unicamp alerta que embora seja mais comum em homens, o infarto também acomete mulheres e a busca pelo pronto-atendimento é fundamental para evitar seqüelas.

“O infarto em mulheres é mais comum em idade avançada, após a menopausa”, conta o médico. Ele explica que o risco de infarto aumenta consideravelmente em mulheres com hipertensão, diabetes, colesterol alto, obesidade abdominal, sedentarismo e tabagismo. Esse último fator, quando atrelado ao uso de pílulas anticoncepcionais é um risco para mulheres de todas as idades. “Por questões hormonais, até a menopausa a mulher está de certa forma protegida, desde que não combine o uso de pílula com cigarro”, completa Silva.

De acordo com o cardiologista e professor assistente, Fernando Piza, estudos demonstram que a reposição hormonal pode estar associada na ocorrência dos infartos em mulheres. Entretanto, diz, pesquisadores de todo mundo ainda investigam se a reposição hormonal contribuiu ou não para a incidência de infartos. “No ano passado, pesquisadores publicaram no British Medical Journal um estudo comparando a reposição hormonal contra placebo e não houve indicação de infartos relacionados aos hormônios sintéticos”, informa Piza.

De qualquer maneira, o médico da Unicamp ressalta que a conduta defendida para reposição deve ser feita pelo ginecologista reforçada por uma avaliação cardiológica. No caso de mulheres obesas, sedentárias, fumantes e diabéticas a reposição hormonal – combinação sintética com função similar ao estrogênio e progesterona – deve ser muito bem monitorada pelos médicos e pela própria paciente para qualquer tipo de alteração clínica.

O tempo entre o início do infarto e o recebimento do pronto-atendimento é determinante, pois tem reflexo direto nas possíveis seqüelas e no sucesso do tratamento. “Quanto antes o paciente recebe atendimento, maiores são as chances de evitar danos causados pela doença”, afirma. Ao identificar o principal sintoma do infarto, o médico recomenda evitar qualquer tipo de esforço físico e procurar atendimento médico o mais rápido possível.

No HC, os pacientes chegam encaminhados por Unidades Básicas de Saúde (UBS), por procura espontânea, trazidos por algum familiar ou ainda transferidos de outros hospitais. Em 2012, a Secretaria de Saúde informou que foram realizadas 8.570 internações de pessoas do sexo feminino com infarto, contra 6.395 em 2008. Os dados do ano passado mostram que, em média, sete mulheres infartadas são atendidas por hora em hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde). Desse total, 66% têm menos de 70 anos.

Derrame

A incidência de AVC (Acidentes Vascular Cerebral), o derrame, em mulheres também aumentou no estado. No último ano foram 20.428 atendimentos, um aumento de 14% em relação a 2008. Nesses casos, os principais sintomas são a perda de força e a alteração na fala, que podem surgir isoladamente ou combinados. “As orientações para os casos de AVC são similares, evitar esforço físico e procurar atendimento médico imediatamente”, finaliza o médico da UER.

Caius Lucilius com Jéssica Kruckenfellner  –  Assessoria de Imprensa HC

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