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O Hospital de Clínicas da Unicamp promoveu a campanha do Dia Mundial da Voz no dia 16, das 8 às 16 horas no Ambulatório de Otorrinolaringologia, localizado no 2º andar. A campanha tem como objetivo orientar as pessoas quanto aos problemas de voz que podem interferir na qualidade de vida e nas relações de trabalho. Coordenada pela Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), a ação ofereceu orientação de profissionais que fizeram avaliações prévias das pessoas que participaram. O HC atende em média mil pacientes com problemas vocais por ano.

“As cordas vocais são responsáveis pela vibração que produz a voz e ficam sobrecarregadas quando são muito utilizadas”, explica Agrício Nubiato Crespo, chefe da Disciplina de Otorrinolaringologia da FCM. Por isso, as pessoas mais afetadas por problemas de voz são os profissionais que dependem dela para trabalhar, como os professores, por exemplo.

Existem alguns sintomas que podem ser indicativos de desgastes na voz, como rouquidão persistente por mais de duas semanas, pigarros, dores constantes de garganta, sensação de incômodo ao engolir alimentos e perda da voz. As laringites são o surgimento de pequenos cistos, nódulos ou pólipos e também são alguns dos problemas mais comuns que podem causar distúrbios vocais. Entre os pacientes com problemas vocais atendidos no HC, Carlos Chone, otorrinolaringologista e professor da FCM, afirma que o maior desafio é fazer com que eles deixem de fumar.

Apesar de apresentar um significativo aumento no nível de consciência das pessoas sobre os problemas relacionados à voz, o Brasil ainda está entre os países que têm as maiores incidências de câncer de laringe. No total são 15 mil casos diagnosticados por ano, mais da metade deles fatais.

Segundo Agrício, o número de mortes pode diminuir com a conscientização da população. “Se as pessoas ficarem mais atentas às alterações na voz e procurarem avaliação médica na fase inicial do problema, as chances de resolver seus problemas serão maiores”, comenta.

Os fatores de risco para o surgimento das doenças relacionadas à voz são o consumo abusivo de álcool, fumo e poluição. O médico lembra que o uso excessivo da voz é um agravante. “Gritar muito e falar alto constantemente podem trazer problemas”. As mudanças bruscas de temperatura e exposição a ambientes com poeira e mofo atingem principalmente pessoas alérgicas. Evitando as práticas nocivas, Agrício indica o consumo de pelo menos oito copos de água por dia e a procura de atendimento médico especializado quando algum sintoma surgir.

Campanha

A Campanha da Voz foi reconhecida internacionalmente em 2003, quando o dia 16 de abril passou a ser o Dia Mundial da Voz. A Unicamp participou da criação da campanha e coordenou as ações de 2001 e 2002 em todo o país, registrando a maior extensão desde a sua criação.

Caius Lucilius com Jéssica Kruckenfellner – Assessoria de Imprensa HC

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