O ambulatório de Dermatologia do Hospital de Clínicas da Unicamp ofereceu no dia 30 de novembro, orientação e avaliação preventiva para diagnóstico de câncer da pele. A atividade foi aberta ao público em geral e integrou a 15ª Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). O atendimento aconteceu das 9h até as 15 horas e a expectativa dos organizadores se concluiu com o recebimento de mais de 400 pessoas. No ano passado, 380 pessoas compareceram ao HC e 13% foram diagnosticadas com tumores malignos e outras 15% apresentaram dermatoses pré-neoplásicas.
“Nos casos em que houver identificação de lesões suspeitas, o paciente será encaminhado para tratamento imediatamente”, conta a dermatologista e coordenadora da campanha, Renata Ferreira Magalhães. Ela explica que quanto mais cedo o tumor é identificado, mais eficaz é o tratamento em especial dos melanomas. Esta campanha ocorre todos os anos e vários postos de atendimento são estabelecidos nos diferentes estados brasileiros. O objetivo é abranger o maior número de pessoas possível, identificar quem tem a doença e conscientizar o público sobre como e por que prevenir o câncer.
Em 2012, 70% das pessoas que participaram da campanha em Campinas afirmaram não fazer uso de nenhuma proteção para se expor ao sol. E cerca de 25% tem registro da doença na família. Segundo estatística do Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre 2012 e 2013 estão previstos 134.170 novos casos de câncer de pele não melanoma, no Brasil. Ainda de acordo com a estatística, o país deve registrar neste ano, 6.230 novos casos de melanoma, o mais letal e agressivo dos tumores de pele.
Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, pessoas com a pele clara, sardas, cabelos e olhos claros. Renata alerta para pessoas com histórico da doença na família, esse grupo deve ficar atento aos sintomas e redobrar os cuidados preventivos. O câncer da pele é resultado do crescimento descontrolado das células que compõem a pele.
Ele tem diferentes tipos, como o carcinoma basocelular, o mais freqüente, que corresponde a 70% da incidência registrada. Esse tipo de câncer está diretamente ligado a exposição aos raios ultra-violetas acumulada durante a vida. Assim, é comum seu surgimento se dar após os 40 anos. Tem baixa letalidade, e pode ser curado em caso de detecção precoce. Surge com frequência em regiões mais expostas ao sol, como face,orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Pode se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente.
O carcinoma espinocelular é o segundo tipo mais comum. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol. É duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Além da exposição prolongada e sem proteção ao sol, o tabagismo também é um fator que contribui para o surgimento desse tipo de câncer.
O tipo mais nocivo é o melanoma, cujo diagnóstico e tratamento precoce são determinantes para a cura (em 90% dos casos), e quando não tratado, pode levar à morte. É o menos frequente dentre todos os cânceres da pele. Os principais sintomas são o crescimento de manchas na pele, com aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida; o surgimento de uma pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho; ou ainda, uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
As orientações para prevenção da doença incluem evitar a exposição excessiva e sem proteção à radiação ultravioleta, principalmente no período entre 10 e 16 horas. No caso de exposição ao sol, recomenda-se o uso de chapéus e protetor solar, que deve ser reaplicado a cada duas horas e com fator de proteção solar de no mínimo 15.
Promovida anualmente desde 1999 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele reuniu mais de três mil voluntários no ano passado em 170 postos de atendimento. A estimativa do INCA é que entre os casos novos do tipo não melanoma, previstos entre 2012 e 2013, 62.680 devem ocorrer em homens e 71.490 em mulheres. Entre os casos do tipo melanoma, 3.170 homens e 3.060 mulheres serão atingidos.
Todos os anos, cerca de 35 mil pessoas são avaliadas no Brasil, com uma média de 8% de casos diagnosticados de câncer de pele. No Estado de São Paulo, em média, são atendidas 15 mil pessoas, sendo diagnosticados 9% de casos novos de câncer de pele. A SBD disponibiliza uma linha gratuita para o esclarecimento de dúvidas, através do telefone 0800-701-3187. Uma mensagem automática solicita o Código de Endereçamento Postal (CEP) da pessoa e indica o posto de atendimento mais próximo.
Assista o vídeo da notícia no Jornal da EPTV 1ª Edição
Caius Lucilius com Jéssica Kruckenfellner e Caroline Roque
Assessoria de Imprensa HC