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“Meu sonho é ouvir”, escreveu a pequena Ana Cristina, de 5 anos, antes de viajar mais de 3 mil quilômetros do Rio Branco à Campinas. Motivo: a colocação de um implante coclear. Durante meses, uma equipe do Programa Domingo Show da Record documentou o dia a dia da criança e de sua família no Acre e no HC da Unicamp. Mas a história tem mais emoção, pois a mãe da criança também recebeu um aparelho. Ana Cristina é surda desde o nascimento e a mãe, Erlene Oliveira, perdeu a audição aos sete anos.

A matéria sobre os implantes cocleares no HC, tendo como personagem a simpática Ana Cristina e sua mãe, foi exibida neste domingo, no programa de entretenimento Domingo Show, apresentado por Geraldo Luis. As reportagens em Campinas foram do repórter Tom Bueno e no Acre de Wesley Moares. Esbanjando carisma, a pequena Ana Cristina, que apesar da deficiência aprendeu a ler, escrever e fazer leitura labial com a ajuda do pai que é professor, emocionou a equipe jornalística, principalmente no dia da ativação dos aparelhos (foto), realizados pela fonoaudióloga Luciane Calanga.

“O que eu desejo para minha filha é uma vida mais fácil do que a minha”, destacou a mãe emocionada. Para poder vir ao HC da Unicamp para as consultas e cirurgias foram necessárias muitas campanhas e rifas que começaram com uma cesta de cosméticos doada por amigos do casal. “Economizamos tudo o que foi possível e o apoio dos amigos e familiares foi decisivo para estarmos aqui. Sem as rifas não estaríamos aqui”, recorda o pai. Mãe e filha foram internadas e operadas no mesmo dia.

O coordenador do programa de implantes cocleares no HC, Artur Castilho, destaca que atualmente, cerca 60% dos pacientes são crianças. A cirurgia, considerada de alta complexidade, é indicada para a reabilitação de pacientes que possuem deficiência auditiva de origem neurosensorial profunda. O HC é um dos cincos centros de referência de implante coclear no Brasil e realiza este procedimento para pacientes de vários estados brasileiros desde 2001.

O implante coclear oferece informação sonora a indivíduos que não tem mais benefício com o aparelho auditivo comum. O procedimento estimula eletricamente as fibras do nervo auditivo, através de eletrodos colocados no ouvido interno, conhecido como cóclea. Segundo o docente responsável pela disciplina de otorrinolaringologia do HC, Agrício Crespo, a tecnologia do equipamento possibilita a pessoa a readquirir uma audição compatível com suas atividades sociais e profissionais.

O HC da Unicamp já realizou mais de 800 implantes cocleares em 12 anos de atividades. As primeiras cirurgias no HC da Unicamp foram realizadas apenas em adultos, e a partir de 2003, o procedimento passou a beneficiar crianças. Para saber se o individuo pode realizar a cirurgia é necessário o encaminhamento a profissionais da saúde como: médico otorrinolaringologista, fonoaudiólogo, assistente social e psicólogo. A equipe multidisciplinar é essencial para orientação dos familiares que terão que se adaptar a nova realidade do paciente que voltará a ouvir.

Assista a reportagem na intrega no link abaixo

Caius Lucilius com Caroline Roque
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp

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