O ambulatório de Dermatologia do Hospital de Clínicas da Unicamp realizou neste sábado (29), mutirão de orientação e avaliação preventiva para diagnóstico de câncer da pele (manchas, pintas ou lesões). A atividade foi aberta ao público em geral e fez parte da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). O atendimento aconteceu das 9h até as 15 horas no Ambulatório de Dermatologia do hospital. Cerca de 240 pessoas compareceram, sendo diagnosticados 40 cânceres cujo tratamento e acompanhamento já estão agendados. Um caso foi classificado como tumor do tipo melanoma, o mais grave, com alta mortalidade e com risco de metástase.
“Nos casos em que houver identificação de lesões suspeitas, o paciente será encaminhado para tratamento imediatamente”, conta a dermatologista e coordenadora da campanha, Renata Ferreira Magalhães (foto). Ela explica que quanto mais cedo o tumor é identificado, mais eficaz é o tratamento em especial dos melanomas. A campanha ocorre há mais de 13 anos em todos os serviços de dermatologia credenciados à SBD do país, e o objetivo é disseminar informações sobre a importância do câncer de pele, os riscos, o diagnóstico precoce e as formas de prevenção.
Segundo estatística do Instituto Nacional de Câncer (INCA), estão previstos 98.420 casos novos de câncer de pele não melanoma nos homens e 83.710 nas mulheres no Brasil, em 2014. Esses valores correspondem a um risco estimado de 100,75 casos novos a cada 100 mil homens e 82,24 a cada 100 mil mulheres. Quanto ao melanoma, sua letalidade é elevada, porém sua incidência é baixa (2.960 casos novos em homens e 2.930 em mulheres). As maiores taxas estimadas em homens e mulheres encontram-se na região Sul do país.
Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, pessoas com a pele clara, sardas, cabelos e olhos claros. Renata alerta para pessoas com histórico da doença na família, esse grupo deve ficar atento aos sintomas e redobrar os cuidados preventivos. O câncer da pele é resultado do crescimento descontrolado das células que compõem a pele.
Ele tem diferentes tipos, como o carcinoma basocelular, o mais frequente, que corresponde a 70% da incidência registrada. Esse tipo de câncer está diretamente ligado a exposição aos raios ultra-violetas acumulada durante a vida. Assim, é comum seu surgimento se dar após os 40 anos. Tem baixa letalidade, e pode ser curado em caso de detecção precoce. Surge com frequência em regiões mais expostas ao sol, como face,orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Pode se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente.
O carcinoma espinocelular é o segundo tipo mais comum. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol. É duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Além da exposição prolongada e sem proteção ao sol, o tabagismo também é um fator que contribui para o surgimento desse tipo de câncer.
O tipo mais nocivo é o melanoma, cujo diagnóstico e tratamento precoce são determinantes para a cura (em 90% dos casos), e quando não tratado, pode levar à morte. É o menos frequente dentre todos os cânceres da pele. Os principais sintomas são o crescimento de manchas na pele, com aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida; o surgimento de uma pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho; ou ainda, uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
As orientações para prevenção da doença incluem evitar a exposição excessiva e sem proteção à radiação ultravioleta, principalmente no período entre 10 e 16 horas. No caso de exposição ao sol, recomenda-se o uso de chapéus e protetor solar, que deve ser reaplicado a cada duas horas e com fator de proteção solar de no mínimo 15.
O câncer de pele não melanoma é o mais incidente em homens nas regiões Sul (159,51/ 100 mil), Sudeste (133,48/ 100 mil) e Centro-Oeste (110,94/ 100 mil). Nas regiões Nordeste (40,37/ 100 mil) e Norte (28,34/ 100 mil), encontra-se na segunda posição. Nas mulheres, é o mais frequente em todas as regiões, com um risco estimado de 112,28/ 100 mil no Sudeste, 99,31/ 100 mil no Centro-Oeste, 86,03/ 100 mil no Sul, 46,68/ 100 mil no Nordeste e 24,73/ 100 mil no Norte.
Serviço
Campanha contra o Câncer de Pele – Informações sobre a doença e exame gratuito da pele
Dia: 29 de novembro (sábado)
Local: Ambulatório de Dermatologia do HC – 3º andar
Horário: 9h às 15h
Leia matéria publicada no jornal Correio Popular aqui
Assista reportagem veiculada no jornal Band Cidade aqui
Caius Lucilius com Caroline Roque
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp
Foto: Antoninho Perri e Isaías Teixeira