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A tolerância ao ruído é geralmente menor durante o período de adoecimento. Pensando nisso, o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp inicia a “Campanha do Silêncio” que visa orientar funcionários, familiares e visitantes, sobre a importância de manter o silêncio no interior das Unidades de Terapia Intensiva (UTI), prezando o bem-estar do paciente. O HC possui atualmente, 55 leitos de tratamento intensivo adulto.

As ações serão intensificadas nas unidades com cartazes de alerta, além de orientações passadas às equipes multiprofissionais, responsáveis por cada plantão. “A campanha tem começo, mas não tem fim, pois o objetivo maior é que ela perdure no hospital”, explica o pneumologista Luiz Cláudio Martins, integrante da equipe coordenadora do projeto.

Um ambiente com alto nível de ruído dificulta um descanso que seja confortável para os pacientes, podendo resultar em perturbação do sono, alterações psicológicas com desorientação e delírio.

Além disso, a exposição ao ruído intenso pode trazer alterações fisiopatológicas no sistema cardiovascular e, possivelmente, transtornos no ritmo circadiano (ciclo biológico).

“O silêncio sempre foi preocupante no hospital, por isso o objetivo é envolver todos que prestam assistência aos pacientes, pois há barulhos naturais, mas há os que podemos evitar”, alerta Luiz Cláudio.

Fontes de barulho

Sinal sonoro de telefones fixos e celulares, os ruídos provenientes de carrinhos com material da enfermagem, as conversas entre os profissionais de saúde, o sinal sonoro de monitores, bem como demais sons produzidos pelos equipamentos médico-hospitalares são parte integrante do conjunto de ruídos produzidos nos ambientes de saúde.

Algumas fontes de ruído, como o inevitável uso de oxigênio, equipamentos de sucção ou respiradores não podem ser mudadas, mas algumas medidas podem ser adotadas, como individualização dos parâmetros dos alarmes para cada paciente e o tom das conversas.

De acordo com orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), os níveis de som dentro da UTI não devem ser maiores que 35 dB (decibéis). O simples ato de abrir e fechar cortinas alcança 77 dB, um telefone tocando 65 dB e conversas em geral 62 dB, por exemplo.

Pesquisa realizada na unidade coronariana do HC mostrou que o nível de ruído encontrado no período noturno, das 19h às 24h, esteve acima do preconizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Outro estudo, realizado nos postos 203 e 206 da UTI, verificou que o nível de ruído foi de 65 db, sendo esses valores em média de 20,2 dB (acima do limite). Além disso, ao serem indagados, os profissionais da UTI revelaram que o barulho parecia ser uma grande preocupação.

Na UTI do posto 203, sete dos 11 membros consideraram o nível de ruído no ambiente de alto ou muito alto, enquanto que 11 dos 12 membros na UTI 206 tiveram a mesma percepção. Funcionários consideraram os equipamentos e conversas como as principais fontes de ruído, irritação e dificuldade de concentração. Conversas altas foram consideradas como as principais fontes de ruído, a necessidade de falar mais alto e irritação como os principais sintomas provocados por ele.

Recomendações

  • Falar baixo e o necessário dentro das unidades de internação de pacientes;
  • Evitar uso de celulares (usar em modo vibração);
  • Evitar calçados que produzam ruídos;
  • Atenção para os alarmes dos monitores, individualizar os parâmetros;
  • Quando manipular PAM, desligar o alarme antes;
  • Quando retirar eletrodos para RX, silenciar por este momento;
  • As televisões devem ser utilizadas apenas para os pacientes, se assim o quiserem e em volume médio;
  • Cuidado ao fechar gavetas, a tampa do lixo, empurrar as cadeiras, carrinhos de banho;
  • Telefone fixo do posto, manter no nível adequado de volume.

Caius Lucilius com Caroline Roque e Matheus Martinelli
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp

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