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Um dos pilares de excelência da saúde pública do Estado de São Paulo comemora 30 anos. Nascido de uma ousada empreitada do fundador da universidade, Zeferino Vaz, que queria um hospital de renome na Unicamp, o HC é hoje, o elo mais visível da cadeia de relações da Unicamp com a sociedade. Em três décadas, o Hospital de Clínicas atendeu cerca de seis milhões de habitantes de todo país, realizou quase 6500 transplantes e atinge neste ano, a marca de 450 mil cirurgias. Nesse período, passaram pelo hospital mais de 15 mil alunos de graduação de medicina, enfermagem, farmácia e fonoaudiologia.

Para marcar a data, um evento de comemoração reunirá nesta segunda-feira (26/10), a partir das 8h30, no auditório da FCM, autoridades, colaboradores, docentes e alunos. Durante a cerimônia estará ocorrendo o depósito em uma “capsula do tempo” de 500 mensagens para serem expostas em 2035, quando o HC completar 50 anos. O aterramento da “capsula do tempo” ocorrerá no final da cerimônia em um jardim no HC, próximo à entrada da superintendência (F2).

Segundo o superintendente do hospital, professor João Batista de Miranda, o objetivo principal do aniversário do HC é parabenizar a todos que ajudaram, de alguma maneira, a construir as várias realidades desse hospital. “Por trás de toda essa estrutura estão pessoas e sem o empenho e dedicação desses profissionais de saúde, dificilmente alcançaríamos um patamar como o de hoje”, garante Miranda que foi aluno da FCM e residente na Santa Casa.


Sua capilaridade assistencial de alta complexidade é referência para o município de Campinas e para a macrorregião de 86 municípios, com cerca de 6,5 milhões de habitantes. Ao longo de sua história, o HC da Unicamp estruturou serviços e procedimentos que se tornaram referência nacional para outras instituições públicas e privadas da área da Saúde.

Idealizado no final dos anos 60, dentro da Faculdade de Ciências Médicas, o Hospital de Clínicas adentrou os anos 70 no papel e com uma grande discussão: qual seria o tamanho ideal. Alguns dos pioneiros da fase embrionária da Unicamp, como o professor aposentado Sérgio Leornadi, lembra que os debates extrapolavam os corredores da Santa Casa e chegavam aos cafés da cidade. “Independente de críticas ao sonho original, eles deram partida a um projeto ambicioso idealizado por Zeferino Vaz”, recorda o professor Leornadi. Em 1975 foi lançada a pedra fundamental do hospital.

Mas a história do Hospital de Clínicas da Unicamp não pode passar sem referência aos quase 20 anos de atividades ambulatoriais de clinica médica e cirurgia na Santa Casa de Misericórdia de Campinas. Antes de falecer um dos pioneiros, o professor Mário Mantovani, que chegou na Unicamp em 1969, dizia que o ambiente na Santa Casa era muito acolhedor e com a evolução dos projetos do HC, muitos não queriam “ir para o mato”, como diziam na época.

Os funcionários e docentes pioneiros recordam que o projeto do hospital teve uma preocupação especial com as necessidades futuras. A empresa responsável pelo pacote do HC – projeto, construção e equipamentos – a alemã Hospitalia, tinha consultores que ouviam constantemente os docentes da FCM, sobre as necessidades do HC. Foram quase dez anos para a construção.

Consagrado pela assistência de qualidade, o HC continuou inovando em sua performance. Com o passar dos anos, a estrutura proposta adquiriu uma forma mais complexa. a planta do hospital, sofreu uma série de modificações para adequação às novas tecnologias e as necessidades originadas pela demanda crescente. “Equipamentos de primeira linha todo grande hospital é capaz de ter. O que realmente faz diferença são os profissionais que vão lidar com esses pacientes”, comenta o aluno da primeira turma e ex-diretor associado da FCM, professor Rogério Antunes.

Centro de excelência médica que atende 500 mil pacientes por ano, o HC da Unicamp não pára. São dez mil pessoas que circulam todos os dias no interior do hospital, boa parte em busca de um atendimento de saúde, que compreende 44 especialidades clínicas, divididas em quase 600 sub-especialidades médicas, o que representa 95% das doenças existentes, inclusive as raras.

Nestes 30 anos, como conseqüência lógica da dedicação profissional, diversas equipes do HC desenvolveram grande experiência em inúmeros tratamentos clínicos e cirúrgicos como transplantes. “Nossos especialistas incorporam dia a dia mais experiência nos procedimentos, como por exemplo, transplantes renais pediátricos, em crianças a partir de dois anos, cirurgias minimamente invasivas entre outras”, detalha o cirurgião e coordenador de Assistência, Antonio Gonçalves de Oliveira Filho.

Atualmente, o hospital ocupa quase 104.000 metros quadrados no distrito de Barão Geraldo, a 12 quilômetros do centro de Campinas, e possui uma área construída de aproximadamente 65.000 m2, distribuídos em sete blocos interligados, de seis andares cada. Com atendimentos integralmente através do SUS, anualmente são realizados 2,6 milhões de consultas e procedimentos ambulatoriais, mais de 3,3 milhões de exames, 15 mil internações eletivas e de urgência e quase 15 mil cirurgias, o que equivale, em média, a 40 cirurgias diárias.

Seus serviços são referência para todo o Brasil. Entre eles os implantes cocleares para crianças e adultos. A marca está próxima dos 1000 pacientes de quase todos os estados. As cirurgias para tratamento de epilepsia também destacam a instituição e já chegam a 500 desde o ano 2000. As cirurgias barátricas, iniciadas em 1999 alcançaram mais de 1000 pacientes nesses anos. Na área de oncologia, o HC está entre cinco maiores hospitais do Estado em atendimentos de casos de câncer.

“Quero reafirmar nosso compromisso, delineado pelo planejamento estratégico da Universidade, de continuamente adequar e tornar o HC um dos melhores hospitais universitários de alta complexidade do Estado e do País, assumindo cada vez mais um papel estratégico e estruturante para a região”, finaliza João Batista de Miranda.

Caius Lucilius

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