O Hemocentro da Unicamp completou nesta quarta-feira, 25 de novembro, 30 anos de atividades com a marca de 750771 doadores, o que representa mais de 1.465.000 bolsas de sangue coletadas. Além disso, atendeu nesse período, mais de 270 mil pessoas gratuitamente pelo SUS, portadoras de doenças do sangue, como leucemias, linfomas, trombose, hemofilia, doença falciforme entre outras. Outra atividade da instituição são os transplantes de medula óssea que somam mais de 1200. Também é responsabilidade do Hemocentro a administração do Banco de Sangue de Cordão Umbilical que armazena cerca de 3000 bolsas com células tronco. Desde 2001, a instituição fez 93079 cadastros de doadores de medula óssea para o Redome-INCA.
Para celebrar essas conquistas docentes, funcionários, alunos e pacientes se reuniram, no anfiteatro 1 da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. Integraram a mesa a coordenadora do Hemocentro Sara Saad, o diretor de Hemoterapia Marcelo Addas, a diretora de Hematologia Margareth Ozello e o diretor de coleta Vagner de Castro. Durante a celebração, ocorreu uma homenagem ao doador José Roberto Zambelli que faz doações desde o início das atividades do Hemocentro.
Em seu discursso Sara Saad ressaltou alguns dos indicadores de qualidade que revelam a importância da assistência hematológica e hemoterápica, do ensino e da pesquisa da instituição, uma referência nacional e internacional. “Dispomos de um parque laboratorial e de um capital humano de 1º mundo e cada vez mais apostamos em pesquisas voltadas para o transplante de medula, terapia gênica e imunoterapia para o câncer”, destaca Sara Saad.
Em 2002, o Hemocentro foi certificado com a ISO 9002:1994 uma norma internacional que contém diretrizes para a implantação de Sistemas para Gestão e da Qualidade em empresas e instituições. O centro foi pioneiro na certificação na área de saúde da Unicamp, motivando outros centros e laboratórios. A próxima etapa será a certificação ISO 14001:2004, uma norma internacionalmente reconhecida que define o que deve ser feito para estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
De acordo com a vice-coordenadora, profa. Joyce Maria Annichino-Bizzacchi, a trajetória de sucesso do Hemocentro é marcada por avanços científicos, inovações tecnológicas e pioneirismo, sempre lastreados pela qualidade de seus funcionários. “Um sucesso fruto da dedicação incondicional, da capacidade e da qualidade técnica e profissional de seu corpo funcional”. O Hemocentro da Unicamp oferece cobertura para uma população estimada em 7,5 milhões de habitantes ou 19,96% da população do Estado de São Paulo. Ao encerramento do evento, o cantor, compositor e guitarrista Mauricio de Andrade se apresentou com sucessos da musica nacional e internacional. Em seguida, colaboradores cantaram os parabéns e o corte de um bolo comemorativo.
Doação de sangue – A comemoração dos 30 anos ocorre junto com Semana Nacional do Doador Voluntário de Sangue, em que a expectativa é que 2.000 doadores compareçam ao Hemocentro da Unicamp e em suas unidades, inclusive as móveis. Esse número representa um aumento estimado em 200% em relação aos dias normais. A campanha de doação de sangue acontece numa época estratégicamente escolhida. É que com a chegada das férias e dos feriados prolongados nas festas de final de ano, que as doações de sangue tem uma queda entre 60% a 70%.
Para Vagner Castro, Diretor do Serviço de Coleta, todos os anos a campanha busca sensibilizar a população para aumentar o número de doadores regulares. “Nossos índices de doadores regulares são de primeiro mundo e atribuídos, em grande parte, as constantes campanhas de mobilização da sociedade sobre a importância da doação de sangue”, ressalta Castro. Segundo a OMS, entre 3% a 5% da população deve ter o compromisso de doar sangue regularmente até quatro vezes ao ano.
Uma preocupação maior fica por conta dos sangues do tipo Rh negativo (A, B, AB e O) que representam, no Brasil e em todo mundo, cerca de 12% da população. Um transplante de fígado, por exemplo, consome em média, oito bolsas de concentrado de hemácias, de sete a oito unidades de plaquetas no mínimo e oito unidades de plasma, podendo chegar até 15 bolsas. A maior parte do sangue coletado vem da captação nos sete postos fixos, quatro deles localizados em Campinas e outros três em Sumaré, Piracicaba e Taubaté.
Futuro – Os projetos para o futuro são inúmeros. Marcelo Addas anunciou no evento que para 2016, o Hemocentro da Unicamp foi um dos quatro em todo pais escolhidos pelo Ministério da Saúde, para um projeto de estruturação de um banco de sangues raros. “Apenas quatro hemocentros de todo o Brasil foram selecionados e o de Campinas está entre eles. É um projeto federal que vai nos permitir qualificar ainda mais a assistência hematológica aos nossos pacientes”, afirma o coordenador de hemoterapia.
Outra novidade foi o anúncio do mestrado profissional que será oferecido pela Unidade juntamente com a Escola de Extensão da Unicamp (Extecamp) também em 2016. “Será uma nova abordagem em nossa capacitação de profissionais qualificados. O Hemocentro de Campinas é um dos primeiros a desenvolver esse programa. O mestrado profissionalizante em hemoterapia vai qualificar e oferecer uma assistência hematológica e hemoterápica ainda melhor para a população“, informa Addas.
Do ponto de vista assistencial, a principal proposta é construir uma Unidade de atendimento em regime de Hospital-dia e de internação, exclusivamente para pacientes hematológicos e para o transplante de medula óssea. O custo aproximado é de R$ 35 milhões para a construção do prédio e instalações, sem equipamentos.
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Caius Lucilius com Gabriela Troian
Assessoria de Imprensa do HC Unicamp