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Toda segunda quinta do mês de março comemora-se o Dia Mundial do Rim. A data lembrada hoje (10) alerta sobre os riscos das doenças renais e sobre a prevenção desde a infância. Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 100 mil pacientes no Brasil realizam diálise. Já no mundo, estudos da Organização Mundial da Saúde mostram que mais de 10% da população possui doença renal crônica (DRC). No Centro Integrado de Nefrologia (CIN) do Hospital de Clínicas Unicamp são atendidos por mês uma média um mil pacientes com doenças renais, sendo que deste número, 70 % são adultos e 30% crianças.

Para comemorar o dia, professores, médicos, profissionais da saúde e pacientes se reuniram no anfiteatro do HC da Unicamp, com palestras relacionadas ao tema “A prevenção da Doença Renal começa na infância”, campanha realizada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), em apoio à iniciativa da Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN). O coordenador de Administração do HC, professor José Roberto Matos-Souza representou a superintendência durante o evento.

Os rins filtram diariamente 180 litros de sangue presentes no organismo, controlam o volume de água do corpo e produz hormônios que auxiliam na redução da pressão arterial, sendo que a doença crônica renal faz com que estes órgãos percam de forma lenta e progressiva estas funções vitais. Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia apontam que 7,2% da população brasileira com idade acima de 30 anos possui doença crônica renal. Na faixa etária com mais de 64 anos, a porcentagem sobe para 46%.


De acordo com a coordenadora do Centro Integrado de Nefrologia (CIN) da Unicamp, professora Maria Almerinda Ribeiro Alves, os sintomas desta doença começam a surgir em estado avançado. O principal sinal é a perda da capacidade de concentrar urina, eliminando-a mais diluída e com mais freqüência que o habitual. Outros indícios que podem ser um sinal de alerta são inchaço, presença de sangue na urina, cólica renal, palidez e fraqueza sem motivo.

A professora ressalta que as principais causas da perda da função renal são hipertensão arterial (35% das causas), diabetes mellitus (28,5%) seguidas das glomerulonefrites – inflação de uma parte da unidade funcional do órgão – (11,5%). “O que ocasiona principalmente a doença renal crônica é o diabetes e a hipertensão que sobrecarregam a função dos rins. Idosos e pessoas com histórico familiar também são mais propensas a desenvolver a doença”, explica a professora.

A DRC pode ser facilmente diagnosticada através de um exame de urina e da dosagem da creatinina no sangue, contudo a doença não possui cura, apenas o retardo da progressão.“O que se oferece de tratamento é um retardo, através da mudança nos hábitos, e para a terapia renal substitutiva, a diálise (procedimento que filtra o sangue). Já quando há a falência renal, ou se realiza a hemodiálise (procedimento que filtra o sangue através de um equipamento) ou o transplante do órgão. Dependendo do caso são oferecidos ambos os tratamentos”, aponta.

Prevenção – Devido a perda das funções de filtragem do sangue, a doença renal também pode desenvolver infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e entre outras doenças. Por este motivo estimular desde a infância a importância dos hábitos saudáveis reduz o risco do aparecimento desta disfunção.

“Pelo fato da doença renal crônica não ter cura, a prevenção se faz tão necessária quanto o diagnóstico precoce. Os olhos estão voltados para infância por conta dos altos índices obesidade infantil, e estas crianças estarão mais propensas a ter diabetes e hipertensão na fase adulta. Acreditamos que a infância é o momento ideal para alertar sobre o consumo excessivo de açúcar e sal, e para a prática regular de exercícios físicos. Com isso, a geração futura terá uma queda significativa do número de casos de doença renal crônica”, deixa o aviso a docente de nefrologia da Unicamp.

A Sociedade Brasileira de Nefrologia também orienta que as pessoas sigam “8 regras de ouro” para a prevenir a DRC. Manter-se em forma e praticar regularmente atividades físicas, controlar o nível de açúcar no sangue (glicemia) para evitar o diabetes, monitorar a pressão arterial, alimentar-se de forma saudável evitando o consumo excessivo de sal, consumir água, não fumar, não ingerir remédios sem prescrição e ir regularmente ao médico nefrologista para consultar a situação dos rins.

Caius Lucilius com Gabriela Troian – Assessoria de Imprensa HC

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