Em fevereiro, o Hospital de Clínicas da Unicamp alcançou mais um recorde no número de transplantes de órgãos. Durante todo o mês foram realizados 18 transplantes renais, maior marca desde 1984, ano que se iniciaram as transplantações deste órgão na Unicamp. Dos 18 transplantes realizados, apenas um foi com doador vivo parente. Os demais foram com rins de doadores falecidos, com diagnóstico de morte encefálica. Até a data de hoje, o HC Unicamp realizou 2400 transplantes de rim, sendo cerca de 70% com rins oriundos de doadores falecidos.
Além de superar a média mensal de transplantes renais, cerca de 10 procedimentos, o mês de fevereiro tem um diferencial dos demais meses do ano, com menos dias úteis e perde outros três por conta do feriado prolongado de carnaval. “Fatores que não impediram que a marca fosse atingida com êxito”, destaca a coordenadora do Programa de Transplante Renal da Unicamp, a professora Marilda Mazzali, da Disciplina de Nefrologia da Faculdade de Ciências Médicas – FCM.
Mazzali avalia que o trabalho da equipe multiprofissional da Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO-HC), dos profissionais da equipe de transplantes e o apoio da Superintendência do foram essenciais para que estes pacientes fossem transplantados com sucesso. Hoje, o serviço de transplantes renais da Unicamp está entre os dez mais ativos do País. Nos anos de 2008 a 2013, o HC foi o primeiro em número absoluto de transplantes de rins no interior, mantendo a característica de predomínio de transplantes com doador falecido.
“A Organização de Procura de Órgãos (OPO) do HC da Unicamp atua no incentivo do aumento do número de doadores reforçando que a atuação da família doadora é fundamental em todo esse processo. Acrescentamos ainda, que sem doador não há transplantações”, acrescenta o coordenador do Organização de Procura de Órgãos (OPO), o neurologista Luiz Antonio da Costa Sardinha.
Dentre os órgãos e tecidos transplantados no HC (medula óssea, rim, fígado, córnea e coração) o transplante renal representa cerca de 40% dos procedimentos realizados. Somente no ano passado, foram feitas 124 transplantações de rim, maior número nos últimos cinco anos. O primeiro transplante no interior de São Paulo foi realizado pela Unicamp nas dependências da Santa Casa de Misericórdia de Campinas, capitaneado pelos professores Gentil Alves Filho e Nelson Rodriges Netto, um ano antes da transferência dos serviços para as atuais instalações do Hospital de Clínicas.
Encontro – Na última quarta-feira, dia 16 de março, o Anfiteatro do HC reuniu profissionais da saúde de toda a região de cobertura do hospital no III Encontro de Assistentes Sociais de Centros de Hemodiálise e do Programa de Pré Transplante Renal. O evento apresentou todo o processo para a transplantação, desde as avaliações médicas, o registro na Central de Transplantes até a captação de órgãos.
Durante o encontro, a professora ressaltou a importância do comprometimento do paciente apto a transplantação renal, antes e depois da cirurgia, com relação a mudança de hábitos. “A maioria dos pacientes na fila de espera de rins no HC são homens, com cerca de 60%. Quem estiver apto deve ter o compromisso de comparecer aos retornos e fazer periodicamente exames, além de manter hábitos saudáveis”, afirmou.
Tempo de espera – Atualmente o HC possui uma lista de espera para transplante renal de 1200 pacientes (na região de cobertura de atendimento do hospital) em estudo para uma possível transplantação. Deste número, 500 pacientes estão com o estudo pré transplante completo, aptos para realizar este procedimento e aguardam um órgão compatível.
Procedimento – O transplante renal é uma opção de tratamento destinada a pacientes que sofrem de doença renal crônica avançada. Ao receber o órgão, o novo rim volta a exercer as funções de filtragem do sangue, controle do volume de água do corpo e produção hormônios que auxiliam na redução da pressão arterial, essenciais para o funcionamento do organismo. Além disto, o transplante renal promove uma melhora significativa da qualidade de vida destes indivíduos, com retorno para a atividade produtiva, e com melhor sobrevida comparado a manutenção em diálise.
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Caius Lucilius com Gabriela Troian – Assessoria de Imprensa HC