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Pela primeira vez na história do Hospital de Clínicas da Unicamp foi realizado com sucesso, um transplante cardíaco em uma criança. A cirurgia aconteceu há uma semana e a criança está com alta programada para essa sexta-feira. A criança de 11 anos, mora em Jundiaí, teve o primeiro diagnóstico sobre a doença chamada insuficiência cardíaca refratária grave aos três anos e a única opção terapêutica era o transplante.

Segundo a cardiologista pediátrica, Ana Paula Damiano, foram esgotadas todas das possibilidades de tratamento clínico medicamentoso. “Com o agravamento da doença decidimos interná-la para iniciar uma terapia intensiva e aguardar a doação do órgão”, explica Damiano. Caso não recebesse um novo coração a probabilidade dela falecer era de 75% em 18 meses.

A boa notícia movimentou os médicos e outros profissionais que acompanhavam a criança, quando a central de captação avisou sobre um coração com as características de histocompatibilidade, peso e idade semelhantes a da jovem Andressa. Neste dia, as duas equipes – com seis cirurgiões cardíacos e um médico residente – foram mobilizadas para os procedimentos de captação e transplante.

Os cirurgiões cardíacos Carlos Fernando Ramos Lavagnoli e Elaine Soraya Barbosa de O. Severino foram acionados para a captação em São Paulo, enquanto Karlos Alexandre de Sousa Vilarinho, Pedro Paulo Martins de Oliveira e o médico residente Felipe Augusto da Silva Souza iniciavam os preparativos da criança aqui no centro cirúrgico do HC. Para transplante de coração são apenas quatro horas de vida útil fora do corpo humano.

“Entre a notificação sobre a disponibilidade do órgão, a saída da equipe para São Paulo e a finalização da cirurgia com o coração batendo foram 13 horas de atividades contínuas. Foi um sucesso”, comemora o chefe dos transplantes cardíacos, Pedro Paulo Martins de Oliveira. Para Karlos Vilarinho que conduziu a cirurgia os resultados pós transplantes foram espetaculares. “Ela foi extubada em poucas horas, com todos os sinais muito bons e se alimentou no dia seguinte”, relata Vilarinho.

Segundo o coordenador do ambulatório de transplante cardíaco, Otávio Rizzi Coelho-Filho, o maior desafio para as equipes ainda é a disponibilidade dos órgãos. Entretanto, completa, o aperfeiçoamento da logística é outro fator complexo e que melhora a cada captação realizada.”São pelo menos 30 profissionais de várias especialidades envolvidos desde a notificação até a alta da UTI anestésica”, salienta Coelho-Filho.

O HC da Unicamp realiza em média 60 cirurgias anuais de várias doenças cardíacas em crianças e o aperfeiçoamento desse transplante situa definitivamente o hospital como centro de referência para essa nova modalidade, conclui o cirurgião cardíaco Lindemberg da Mota Silveira Filho. “Temos potencial para aumentar”.

Caius Lucilius com Isabela Mancini – Assessoria de Imprensa HC

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