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O Hospital de Clínicas da Unicamp realizou no dia 1º de setembro, diversas ações do Dia “D” da Identificação Segura do Paciente. A iniciativa, que aconteceu na entrada do 3º andar do HC, teve o objetivo de fortalecer o conhecimento sobre a melhoria da segurança no tratamento dos pacientes. As ações tiveram como público alvo, os profissionais da saúde, trabalhadores da área, pacientes, familiares, acompanhantes, alunos de graduação e pós-graduação e residentes.

Além de panfletagem e orientações, os pacientes estão sendo estimulados a se preocuparem também em trazer documentos devidamente atualizados e que os identifiquem corretamente. “Vale salientar que processos falhos na identificação dos pacientes estão entre as causas mais comuns de “quase erro” e incidentes com ou sem dano”, afirmou a enfermeira Flora Marta Giglio Bueno, Gestora de Segurança do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) e Gerente de Risco da Rede Sentinela – ANVISA.

O coordenador de assistência do HC e do Núcleo de Segurança do Paciente, professor Antonio Gonçalves Filho, abriu a campanha abordando a legitimidade desse tema.  “Eles devem conversar com os profissionais quando tiverem dúvidas e atuarem junto aos órgãos de referência quando não tiverem suas inquietações respondidas. Num ambiente hospitalar existem inúmeras variáveis e muitos elementos imprevisíveis que podem acontecer, embora isso não deva ocorrer. Então também chamamos o paciente a participar desse processo, questionando e zelando da própria segurança”, ressaltou Antonio.

Ele disse que essa campanha sempre existiu, mas que, com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), ganhou maior fôlego, mediante seis metas, que são identificação segura do paciente, comunicação, cirurgia segura, prevenção de infecções e úlceras por pressão, prevenção de quedas e higienização das mãos. Em 2013, tivemos a portaria do Ministério da Saúde para a instalação de um Núcleo de Segurança do Paciente e fazer ações de segurança para melhorar a comunicação entre as pessoas. Tudo contribui para que a assistência seja mais efetiva e que o atendimento tenha qualidade. Nesses dois anos que implementamos a proposta, tivemos muitos ganhos.

“Por meio da sensibilização, espera-se que as pessoas se conscientizem da importância e se responsabilizem em manter o paciente internado com a pulseira de identificação para entre outras implicações, evitar confusão no caso de homônimos, bem como os profissionais registrarem corretamente, legivelmente, sem rasuras e por completo, os dados de identificação de cada paciente”, explicou Flora.

Hoje o HC da Unicamp adota como sistemática, de maneira contundente, a “dupla checagem” dos seus medicamentos. Eles saem da Farmácia com etiquetas amarelas, no caso de alta vigilância. Os profissionais ali envolvidos saberão que se trata de um medicamento que pode trazer efeitos deletérios. A insulina e a adrenalina, por exemplo, vêm com etiqueta amarela, pois, mal-administradas, podem ser muito perigosas. Dois profissionais do serviço de enfermagem conferem separadamente as dosagens e a identificação dos pacientes, entre outros itens, fazem uma checagem geral das indicações e assinam um documento, que também leva um carimbo.

O coordenador de assistência comentou que são muitas as prescrições feitas diariamente num hospital. No HC, só as aplicações endovenosas totalizam mais de seis mil procedimentos por dia. Com uma simples medida de vigilância, muitos erros podem ser evitados, sublinhou. Outra iniciativa do HC é o projeto Boa Letra, que há mais de dez anos realça a necessidade de que os prontuários venham com as letras legíveis, principalmente por parte do corpo médico. “Já temos colhido bons resultados. Mediante o amparo de protocolos de segurança, conseguimos diminuir de pronto 40% a 50% das quedas do paciente dentro do hospital”, informou.

Cultura
A gerente de risco do HC, a enfermeira Flora Giglio, frisou, na abertura da campanha, que existem estudos mundiais que mostram que pacientes internados em hospitais do mundo todo tiveram eventos adversos que poderiam ser evitados. Um deles é a identificação segura. “Se conseguirmos fazer com que o paciente e os profissionais verifiquem o nome correto, completo, data de nascimento, pedidos de exames completos, o atendimento será mais adequado. E é o que mais esperamos”, estimulou. “Estaremos enfatizando essa sistemática todos os dias, encorajando os profissionais a fazerem notificações de problemas. Vamos atuar mais nos aspectos preventivos e procurar criar uma cultura da segurança aqui. Se conseguirmos envolvimento dos profissionais, conseguiremos fazer ainda com que o paciente se envolva cada vez mais nesse processo.”

Na abertura da Campanha a enfermeira da Pediatria, Yvete Balabanian, coordenadora do subgrupo da Identificação Segura, contou que a campanha foi desenvolvida com carinho e foi bem trabalhosa. “É muito importante porque tem uma dimensão maior, visto que essa campanha enxerga os mesmos interesses”, garantiu. Ivete lembrou que em 1859 a primeira enfermeira falou a respeito da segurança do paciente e que, na década de 1990, as discussões se intensificaram.

“Na verdade, o assunto é mais antigo ainda, mas nunca se abordou a importância das notificações.”Sara Del Vesco, mãe do pequeno Erick, paciente da Pediatria do HC, disse que essa campanha pode ajudar muito a todos, principalmente os pacientes. “Eu leio todos os documentos, receitas médicas e fico atenta. Vou ficar mais atenta ainda. Tenho muito medo que os nomes dos remédios não sejam compreendidos pelo farmacêutico”, revelou Sara, que é moradora de Artur Nogueira, paciente do HC há mais de dez anos e que comparece à Pediatria a cada dois meses. “Estou muito satisfeita com o atendimento que meu filho recebe no HC e sei que o hospital está pensando em melhorar o nosso atendimento.”

A campanha foi realizada com o apoio da Superintendência, Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS), Gerenciamento de Risco do HC, Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) e subgrupo de identificação segura, composto pelas áreas: Departamento de Enfermagem (SEAMPE, UIA, UER, UTI, CIN, CC, SEAAS, IMAGEM), Serviço de Arquivo Médico, Divisão de Informática, SAMPE, Serviço Social, Departamento de Patologia Clínica, Serviço de Segurança, Portaria e Recepção, Agência Transfusional, Fisioterapia, Divisão de Nutrição e Dietética e Faculdade de Enfermagem.

Rede Sentinela da ANVISA

O HC faz parte da Rede Sentinela da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), categoria A, fruto do trabalho da Gerência de Risco (GER/Anvisa) que atua na tecnovigilância, farmacovigilância, hemovigilância e segurança do paciente. A cada seis meses, as ações de qualidade em saúde e gerenciamento de risco, incluindo a segurança do paciente, são avaliados pela Anvisa. Cabe então ao gerente de risco coordenar as atividades dentro dos hospitais, do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e dos demais componentes da Rede Sentinela de Hospitais do Brasil.

Ouça a reportagem abaixo:

Rádio CBN Campinas

Isabel Gadernal com Isabelle Mancini Assessoria de Imprensa HC

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