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O Centro Integrado de Nefrologia (CIN) do Hospital de Clínicas da Unicamp promoveu nesta quinta-feira (09-03), no anfiteatro do hospital, uma palestra aberta sobre o tema do Dia Mundial do Rim, que é “Doença Renal e Obesidade. Estilo de vida saudável para rins saudáveis”. Neste ano, o foco foi alertar a população com relação à obesidade, um dos principais fatores para o desenvolvimento da doença renal crônica que é provocada principalmente, pela hipertensão arterial e pelo diabetes mellitus.

A campanha promovida pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, com a participação de integrantes do CIN, da enfermaria de nefrologia do HC e da Organização de Procura de Órgãos (OPO), priorizou informações sobre os fatores de risco para a doença renal crônica e o estimulo aos cuidados com a saúde dos rins.

De acordo com o médico nefrologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Rodrigo Bueno a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, juntas, representam 70% dos casos da perda da função renal no país e no mundo. “A obesidade está relacionada tanto diretamente quanto indiretamente com a saúde renal, por isso é importante lembrar esse dia devido ao cenário nacional de sobrepeso e obesidade”, afirma.

De acordo com dados do sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (VIGITEL), em 2015, cerca de 54% dos adultos tinham excesso de peso e 18% eram obesos. Na faixa etária dos 18 aos 24 anos, a cada 3 jovens 1 tinha sobrepeso e, a cada 10, 1 era obeso. “A obesidade é prevenível e tratável de forma acessível para todos. Se não fizermos nada, teremos uma geração de pessoas obesas com alto risco de desenvolver doenças renais”, alerta Bueno.

O alerta mundial é que a taxa de obesidade vem crescendo paralelamente aos índices das doenças renais crônicas – enfermidade prolongada nos rins que leva à perda progressiva e irreversível das funções renais. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. Outro fator alarmante é o número de crianças com sobrepeso e obesidade, que pode chegar – em um futuro próximo – a 75 milhões de casos.

Segundo Rodrigo Bueno existem hoje cerca de 112.000 pacientes no país em hemodiálise, que geralmente é o tratamento indicado para a última fase da doença renal crônica, divida em cinco estágios. “Neste estágio o paciente tem que substituir a função dos rins, que não dão conta das demandas metabólicas do órgão e passar para a diálise ou transplante”, esclarece Bueno. Se detectada precocemente nos primeiros estágios da doença, diz, é possível o retardamento e o tratamento da progressão da doença.

A doença renal crônica pode ser facilmente diagnosticada por meio de um exame de urina e da dosagem de creatinina no sangue, que podem e devem ser incluídas em exames de rotina com um pedido ao seu médico. Estudos epidemiológicos apontam que na próxima década até 40% da população adulta poderá se tornar obesa. “De maneira direta, a obesidade causa hiperfiltração renal, o que aumenta a pressão interna do órgão, que em longo prazo pode resultar em fibrose renal, perda de proteínas na urina e, assim, a progressão da doença renal crônica”, explica Bueno. Outra questão importante são os hábitos alimentares favorecendo o consumo de alimentos in natura e evitando o máximo possível o consumo de alimentos ultra-processados industrializados.

Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia indicam que 10 milhões de brasileiros sofram de alguma disfunção renal. O correto funcionamento do nosso organismo depende muito da capacidade que os rins têm de filtrar o sangue, excretando toxinas e retendo aquelas que fazem parte do sistema metabólico. Os rins são ainda responsáveis pelo controle da quantidade de sal e água no corpo, pela produção de hormônios que evitam anemia e doenças ósseas e ajudam a regular a pressão arterial.

Os sintomas podem surgir apenas no estágio avançado da doença, mas o principal deles é a perda da capacidade de concentrar urina. O indivíduo começa a excretar urina mais diluída e acorda com mais frequência do que normalmente fazia. Depois, aparece o inchaço e os exames revelam, entre outras alterações, um pouco de anemia. Antes, o quadro é absolutamente assintomático. Presença de sangue na urina, cólica renal, palidez e fraqueza sem motivos aparentes e ainda indícios de infecção urinárias, também são sintomas que devem alertar as pessoas para que procurem atendimento médico.

Caius Lucilius com Carol Roque – Assessoria de Imprensa HC

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