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A Campanha de Prevenção ao Câncer de Intestino Grosso realizada pelo CECOM (Centro de Saúde da Comunidade) em parceria com a reitoria da Unicamp e apoio do Departamento de Recursos Humanos do Hospital de Clínicas da Unicamp, comemora em 2017 sua 6ª edição. A ação abrange todos os campi da Unicamp (Barão Geraldo, Limeira, Piracicaba e São Paulo) e busca conscientizar os funcionários sobre a importância de realizar exames preventivos e disseminar informações sobre a doença. No HC, a expectativa é que 1077 funcionários com mais de 50 anos participem da ação.

“A nossa  campanha é inédita no país. Ela leva o exame de triagem (teste de sangue oculto) a todos os funcionários (docentes e não docentes) com 50 anos ou mais; ela provê a Colonoscopia para os que tiverem o teste positivo e, se houver necessidade de procedimento cirúrgico, ele também é oferecido aqui”, explica Tâmara Nieri, diretora médica do CECOM.

Criando um padrão de aplicação da campanha, a equipe do CECOM busca despertar a consciência da população para o problema. “A ação visa realizar exames preventivos em todos os funcionários que fazem parte dos grupos de risco e esclarecer as dúvidas sobre a doença”, informa o idealizador e coordenador da campanha, professor Cláudio Saddy Rodrigues Coy. Para ele, o câncer de intestino grosso precisa receber atenção da população sobre os sintomas e a importância do diagnóstico precoce.

O câncer de intestino grosso ou câncer colorretal atinge o cólon, incluindo o reto. É caracterizado pelo surgimento de pólipos – lesões benignas que devem ser removidas para prevenção efetiva contra o câncer. Após os 50 anos, o risco de uma pessoa desenvolver a doença aumenta de forma significativa. Assim, recomenda-se a prevenção a partir desta idade, mas para as pessoas que possuem histórico da doença na família, os exames devem ser feitos antes. Entre os casos da doença, 10% tem componente hereditário comprovado.

Os sintomas do câncer de intestino grosso surgem em estágio avançado, por ser uma moléstia que se desenvolve de maneira lenta. Um pólipo pode levar anos para se transformar em uma lesão maligna. Sintomas como dor abdominal, emagrecimento sem dieta, alteração do hábito intestinal ou sangramento são comuns. A chance de cura para os casos em que os sintomas são perceptíveis é de aproximadamente 50%. Já para um indivíduo cujo diagnóstico foi feito antes do surgimento dos sintomas, a chance chega a 90%.

“Há cada vez mais casos descobertos no estágio avançado. Com o diagnóstico precoce nós temos uma chance maior de cura e tratamentos como quimioterapia e radioterapia podem ser evitados”, explica Coy. O diagnóstico é determinante para o sucesso do tratamento. A partir do exame de sangue oculto nas fezes ou colonoscopia, o médico pode identificar a existência ou não da doença.

Na campanha do CECOM, será usada a análise de sangue oculto nas fezes, um exame simples e eficaz. A colonoscopia, método mais complexo que o anterior, é um exame endoscópico do cólon e reto. Ele exige preparo intestinal e é solicitado quando o resultado da pesquisa de sangue oculto é positivo.

O aumento da incidência desse tipo de câncer se deve, em parte, aos hábitos adquiridos nas últimas décadas. “Tabagismo, ingestão de produtos industrializados, sedentarismo e uma dieta pobre em fibras são alguns fatores que agravaram os problemas com câncer de intestino”, explica o médico. A orientação para prevenção da doença é similar a de outros tipos de câncer: adoção de hábitos de vida saudáveis, como prática regular de atividade física, consumo moderado de bebida alcoólica e alimentação saudável. Controlar o estresse e não fumar também são recomendações.

Campanha no HC 
Entre os dias 11 e 15 de setembro, todos os funcionários maiores de 50 anos receberão em sua unidade, o kit para a realização do exame, seguindo as instruções contidas no envelope.

A entrega das amostras deverá ser feita de 18 a 22 de setembro, na Central de Entrega de Exames, do Laboratório de Patologia Clínica, no 2º andar do hospital.

Aqueles que colherem fora deste prazo, deverão entregar a amostra pessoalmenteno CECOM, sempre de terça ou quarta-feira, das 7h à 14h.

De acordo com o resultado do exame, os funcionários serão orientados pelos profissionais do CECOM e terão todo o acompanhamento médico disponibilizado na unidade.

No Brasil 
O câncer de intestino grosso é o quinto tipo de tumor maligno mais frequente no Brasil e segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), estima-se o surgimento de 30 mil novos casos desse tipo de câncer todos os anos, sendo 16.660 em homens e 17.620 em mulheres. O número de mortes por conta da doença pode chegar à cerca de 15 mil por ano.

Segundo Coy, ele é também o segundo câncer mais freqüente em mulheres (depois da mama) e o terceiro nos homens (depois da próstata e pulmão). “Se observarmos os tipos de câncer que lideram o ranking tanto em mulheres como homens, é possível constatar que já existem campanhas muito abrangentes que popularizaram as informações sobre essas doenças e a maneira de diagnosticá-las. Queremos fazer o mesmo com o câncer de intestino grosso”, afirma o médico.

Caius Lucilius com Caroline Roque e Juliana Castro
Assessoria de Imprensa do HC

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