O Hospital de Clínicas promoveu nesta quinta e sexta-feira (23 e 24-11), a 3ª Jornada de Segurança do Paciente da Região Metropolitana de Campinas. O evento aconteceu no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e abordou o tema “Segurança do paciente: uma realidade transformadora?”. Este ano a edição foi transmitida ao vivo pela RTV Unicamp, com o objetivo de ampliar a discussão sobre a importância que o tema vem ganhando nos últimos anos entre gestores, médicos, enfermeiros e outros profissionais da área da saúde.
Presidido pelo coordenador de assistência do HC da Unicamp, professor Antonio Gonçalves de Oliveira Filho, e com a coordenação do HC, a jornada reúne hospitais de Campinas e região para discutir o assunto, entre eles o Hospital Estadual de Sumaré, Hospital Vera Cruz, Hospital Municipal Dr. Mario Gatti, Hospital da Mulher Dr. José Aristodemo Pinotti, Hospital e Maternidade Madre Theodora, Hospital da PUC Campinas, Hospital Renascença de Campinas – Grupo NotreDame Intermédica, Hospital de Caridade São Vicente de Paulo Jundiaí, Hemocentro, Faculdade de Enfermagem e Faculdade de Ciências Farmacêuticas.
“É importante que o tema segurança do paciente seja sempre discutido e amplificado, porque quando fazemos isso, beneficiamos não só os pacientes, mas toda a instituição que estará imersa na cultura de segurança”, salientou o médico Antonio Gonçalves de Oliveira Filho, presidente do evento e coordenador de assistência do HC da Unicamp. Para ele, as ações de segurança do paciente visam mitigar possíveis erros e condutas. “A idéia é maior: atuar até antes que eles ocorram. Isso pode ser conseguido com uma estratégia mais sistematizada seguindo os protocolos do Programa Nacional de Segurança do Paciente”.
Entre os palestrantes convidados desse ano estão Diogo Penha Soares, Gerente-Geral da Gerência-Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde (GGTES) ANVISA; Rubens Covello, Ceo IQG Health Services Accreditaon e Dr Fernando Colombari, Gerente de qualidade e segurança do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Para Alessandra Roscani, Gestora do Núcleo de Segurança do Paciente do HC e uma das coordenadoras do evento, a ação é importante por unir os hospitais da região para que partilhem experiências e aprendizado. “No contexto atual da segurança do paciente, que é uma normativa do Ministério da Saúde, todas as instituições de assistência à saúde devem ter instituídos os núcleos de segurança do paciente e que desenvolvam também, os protocolos e planos de segurança para buscar sempre a melhoria do processo de trabalho e do atendimento ao paciente. Por isso a troca de informações é sempre muito válida”, explica.
Segundo dados do Primeiro Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as falhas no sistema hospitalar causam três mortes a cada 5 minutos no Brasil. O estudo aponta, ainda, que os eventos adversos são a segunda causa de morte mais comum no Brasil, matando mais do que a soma de acidentes de trânsito, homicídios, latrocínio e câncer.
O Brasil faz parte da Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2004. O objetivo da aliança é adotar medidas de melhoria no atendimento ao paciente e aumentar a qualidade dos serviços de saúde. Ao lado dos outros países que aderiram à aliança, o Brasil está politicamente comprometido com esses propósitos da OMS. Para isso, o Ministério da Saúde instituiu em 1º de abril de 2013, por meio da Portaria nº 529, de 01/04/2013, o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP).
Entre os protocolos determinados pelo PNSP estão Política de Identificação Segura; Protocolos de Sepse Adulto, Pediátrico e Neonatal; Protocolo de Pneumonia Comunitária Adulto e Pediátrico; Protocolo de Dor Torácica seguido de IAM com supra e sem supra; Protocolos de Prevenção de Infecção; Protocolos de Prevenção e Tratamento de Flebite, Queda, Úlcera, Lesão de pele e Broncoaspiração; Protocolos de Cirurgia Segura; protocolos de Prática de Higiene das mãos; Sistema de Notificações de Eventos Sentinela, Adversos, Quase erro e Não conformidades entre outros.
Caius Lucilius com Juliana Castro – Assessoria de Imprensa HC