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A disciplina de Oftalmologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp juntamente com o Ambulatório de Oftalmologia do Hospital de Clínicas (HC) realizou nos dias 13 e 14, o 12º Simpósio Internacional de Glaucoma, no Hotel Maksoud Plaza de São Paulo. O evento, que acontece a cada dois anos sob coordenação do chefe do setor, professor Vital Paulino Costa, chega aos 25 anos com o objetivo de atualizar oftalmologistas em relação ao diagnóstico e tratamento do glaucoma, doença que atinge 2% da população acima dos 40 anos de idade.

Segundo o oftalmologista Vital Paulino Costa o glaucoma é uma doença associada à pressão intraocular elevada, que provoca alterações no nervo óptico e como conseqüência compromete o campo visual. No HC, cerca de 1.400 pacientes de Campinas e região são atendidos por mês no ambulatório de glaucoma. “A doença é assintomática e em geral quando o paciente percebe alterações na visão, já está com grande parte dela comprometida. Cerca de 50% da população com glaucoma não sabe que tem a doença”, explica Costa.

A edição deste ano contou com a presença de cinco médicos pesquisadores renomados dos Estados Unidos, Canadá, Bélgica e Grécia. Jay Katz, que é de Filadélfia e Ingeborg Stalmans, da Bélgica, vão abordar avanços cirúrgicos no glaucoma. O brasileiro radicado no Canadá, Jayme Vianna, trará as novidades sobre os exames de imagem em glaucoma. O grego Anastasios Konstas, abordará as últimas condutas no tratamento medicamentoso em glaucoma e o oftalmologista Peter Netland, vem da Virgínia para explicar as inovações no tratamento de glaucoma de difícil controle.

Para a 12ª edição do simpósio compareceram mais de 600 médicos de todo país. Foram mais de 60 palestrantes especialistas em glaucoma. A programação teve palestras, seguidas de mesa de discussão com perguntas abertas ao público e cursos específicos sobre cirurgia e exames de diagnóstico. Neste último caso há maior interatividade, uma vez que 20 dos palestrantes presentes mostraram por vídeos suas técnicas cirúrgicas. “A sensação é de que vale a pena realizar esse encontro”, ressalta.

De acordo com Vital uma série de técnicas cirúrgicas chamadas MIGS, MIGS significa Micro Invasive Glaucoma Surgery serão apresentadas aos participantes. São cirurgias minimamente invasivas do controle da pressão intraocular, diz, e uma série de implantes microscópicos que foram desenvolvidos e são utilizados no mundo todo e começam a ser utilizados também no Brasil. “É fundamental termos o conhecimento de novas técnicas e seus respectivos resultados na área de tratamento do glaucoma”, explica Vital.

Glaucoma
O glaucoma é uma doença ocular hereditária e progressiva causada pela alteração da pressão intraocular, que resulta na lesão do nervo óptico. Em 80% dos casos, se não tratado, o glaucoma pode resultar na perda gradativa da visão, característica do glaucoma crônico de ângulo aberto.

Há também o glaucoma de tipo agudo ou de ângulo fechado, quando um dos olhos sofre aumento repentino da pressão intraocular, causando dor intensa. O glaucoma de pressão normal, quando ocorre dano ao nervo óptico em pessoas com pressão intraocular normal. O glaucoma secundário, decorrente de outras doenças e o glaucoma congênito.

Estima-se que a prevalência da doença, no cenário mundial, é 2% na população acima dos 40 anos de idade. Passa para 5% mais chances em pessoas com mais de 70 anos. “Esse é um número alto se considerarmos o aumento da expectativa de vida”, alerta Vital. Há cerca de 1 milhão de brasileiros com glaucoma, sendo que 50% desse número desconhecem que têm a doença.

O glaucoma é assintomático, ou seja, não há sintomas que indiquem a ocorrência da doença. Dessa forma, com a descoberta em estágio já avançado de perda do campo de visão, o que foi perdido não é recuperável. “Os números são um alerta para a população, que precisa passar por exames oftalmológicos periódicos”, conclui Vital.

Caius Lucilius com Beatriz Bittencourt– Assessoria de Imprensa HC

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