A deputada federal Mara Gabrilli, recém eleita senadora por São Paulo, conheceu as atividades realizadas no Laboratório de Reabilitação Motora do HC da Unicamp em uma visita realizada em agosto. A deputada foi recebida pela coordenadora geral da Universidade, Teresa Atvars, pelo diretor executivo da área da saúde, Manoel Barros Bertolo e pelo coordenador do laboratório, Alberto Cliquet Júnior.
O interesse da visita da parlamentar foi conhecer a área e o projeto de cooperação internacional, entre a Fapesp e a Agência Holandesa de Pesquisa Científica (NWO), para pesquisas sobre reabilitação de lesões de medula e amputações por trauma. A Unicamp e a USP-São Carlos integram o projeto, que dispõem de EUR 700.000,00 euros para quatro anos de estudos. Com a visita, Mara presenciou os avanços positivos em pacientes em tratamento.
O projeto inédito no país, denominado “modelagem biomecânica e coleta de dados de avaliação clínica com inovações tecnológicas para restauração de movimento e desempenho esportivo para pessoas com deficiência”. Um dos destaques do projeto é o sistema de monitoramento do movimento “The MotionMonitor”, que permite análise de movimento, preensão, equilíbrio (mão, pé, coluna) e a avaliação de forças e momentos nas articulações em pacientes com tetraplegia e paraplegia. O equipamento custa cerca de R$ 600 mil e foi importado dos Estados Unidos.
O equipamento começa a ser montado em dezembro por técnicos norte-americanos. A nova área estará pronta em janeiro. “É um sistema controlado por computador, com vários canais que fazem o sistema nervoso reaprender por meio da repetição com estímulos que estimulam os movimentos. Há vários casos de pacientes no mundo que começaram a andar voluntariamente, após cinco anos de tratamento”, explicou Cliquet à deputada que sofreu um acidente de automóvel, em 1994, que a deixou tetraplégica.
O projeto da modelagem biomecânica terá duração de sete anos e um dos grupos de investigação serão os atletas paraolímpicos.”Quem pratica esporte paraolímpico, por exemplo, força o ombro, fortalece ligamentos, ossos, articulações, diferente dos que não praticam nenhum esporte. Por isso, é importante atuar nele”, esclareceu Cliquet à deputada que confirmou presença para a inauguração da área.
ONU – A deputada Mara Gabrilli foi eleita em junho desse ano, como representante brasileira na Conferência dos Estados Partes da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD). É a primeira vez que um representante brasileiro integra o CDPD. Mara Gabrilli concorreu com outros 21 candidatos, e foi eleita com o voto de 103 países dentre os 175 que votaram. A candidatura de Mara Gabrilli foi construída com o apoio dos três poderes e da sociedade civil.
Responsável por monitorar a implementação da Convenção, o Comitê reúne 18 membros de diferentes países, peritos na temática da pessoa com deficiência. “Será uma honra representar o Brasil perante as Nações Unidas. Poderemos fazer um trabalho enriquecedor, com o intercâmbio de experiências em políticas públicas para pessoas com deficiência, trazendo para o Brasil o que foi bem sucedido lá fora e levando para outros países as conquistas que já tivemos por aqui”, comemora Mara. Além de Mara Gabrilli, foram eleitos os representantes da Lituânia, Nigéria, Austrália, Suíça, Coréia do Sul, Gana, México e Indonésia.
Sobre a Convenção – Em 13 de dezembro de 2006, a Assembleia Geral da ONU adotou resolução que estabeleceu a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, com o objetivo de “proteger e garantir o total e igual acesso a todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência, e promover o respeito à sua dignidade”. Atualmente, 177 países ratificaram a Convenção e outros 11 são signatários. No Brasil, o documento foi ratificado pelo Congresso Nacional em 2008 e internalizado em 2009, com status de emenda constitucional.
Caius Lucilius com Beatriz Bittencourt – Assessoria de Imprensa HC