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O serviço de Oftalmologia do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp acaba de lançar a Rede de Acesso à Visão. A novidade é anunciada poucos dias após o recebimento, no dia 4 de setembro, do Prêmio António Champalimaud de Visão 2019, a mais alta honraria do mundo chancelada às instituições que desenvolvem ações de prevenção à cegueira. Foi a primeira vez que um país da América Latina foi contemplado com tal premiação.

“Nossa proposta é desenvolver um sistema que atenda desde casos do dia a dia, como a prescrição de óculos, até exames complexos, como tomografia de coerência óptica e cirurgias de transplante de córnea, catarata e glaucoma, com alta produtividade e qualidade”, anunciou o chefe da disciplina de Oftalmologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Carlos Eduardo Arieta.

O docente da FCM, que esteve em Portugal para receber a premiação internacional, explicou que a oftalmologia da Unicamp sempre teve em seu histórico, o compromisso com a prevenção da cegueira, com a saúde ocular comunitária e o trabalho em equipe baseado em pesquisa operacional para utilizar os recursos materiais e humanos de maneira eficiente, tornando-se um centro de referência nacional.

“Há muitos anos, desde os projetos Catarata e Atendimento ao Escolar, quando os ministérios da Saúde e Educação passaram a adotar os modelos da universidade, que as nossas iniciativas transcenderam a região passando a atingir o país todo. Sempre oferecemos cirurgias para diversas doenças com a mesma qualidade técnica e uso de insumos de padrão mundial. Entendemos que qualidade não se negocia em saúde”, enfatizou Arieta.

O superintendente do HC da Unicamp, Antônio Gonçalves de Oliveira Filho, destacou a atuação conjunta do hospital universitário e da FCM no ensino, pesquisa e extensão, no campo da oftalmologia, em prol da saúde da população. “É isso que nos move no dia-a-dia. Mesmo em nossa rotina difícil de atendimentos, em meio a um momento de crise financeira no país, o nosso trabalho é sempre muito bem realizado e reconhecido”.

O diretor da FCM, Luiz Carlos Zeferino, destacou o papel da FCM, ao longo dos anos, na construção de políticas públicas de questões de saúde que ainda carecem de maior atenção do Estado do ponto de vista do cuidado e do financiamento. “Quando se começa um programa de prevenção à cegueira, colocando o tema em discussão, você levanta questões importantes e, dada a ausência de legislação e regulamentação sobre o assunto, chama à atenção das autoridades para a construção de novas políticas de saúde”, disse Zeferino.

O diretor da FCM falou, ainda, sobre as possibilidades de multiplicação dos efeitos desencadeados pelas ações de saúde desenvolvidas pela Área da Saúde da Unicamp. “Mais do que construir internamente, nos atendimentos ambulatoriais, temos que estabelecer uma base consistente de construção de políticas públicas, que impactam sobre os sistemas de saúde, educação e pesquisa científica”, comentou Zeferino.

Por sua vez, o diretor executivo da Área da Saúde da Unicamp, Manoel Barros Bértolo, destacou o empenho da equipe do Serviço de Oftalmologia do HC, no atendimento da população. “Mesmo com o volume de pacientes que passa pelo hospital todos os dias, essa equipe maravilhosa de professores, médicos assistentes e voluntários, funcionários e residentes, tem uma preocupação muito grande com o bem-estar de toda a população”, destacou.

Na ocasião da comemoração do Prêmio António Champalimaud de Visão 2019 e lançamento da Rede de Acesso à Visão, autoridades da Unicamp, professores, alunos e médicos da Disciplina de Oftalmologia da FCM e HC prestaram homenagem ao professor titular aposentado do Departamento de Oftalmologia da FCM, Newton Kara José, pai de um dos projetos assistenciais mais bem sucedidos do país, o Projeto Catarata, que desde a sua criação, em 1986, já viabilizou a realização de mais de 10 milhões de consultas e cerca de 2 milhões de cirurgias de catarata em Campinas e municípios da Região Metropolitana.

“A oftalmologia funcionava, literalmente, em baixo de uma escada e já estava há alguns anos sem professor à época da minha chegada à Unicamp, em 1977. E, mesmo nessa época, conseguimos contar com 15 residentes e dois estagiários”, disse o professor Newton Kara sobre a alta produtividade da disciplina de Oftalmologia da FCM, já nos anos iniciais de atuação.

“Gostaria de destacar, também, que o sistema de ensino em oftalmologia da Unicamp, que começou há 32 anos, é pioneiro. Nossos residentes passam um mês em nosso centro de ensino, em Divinolândia, e adquirem total segurança na realização dos atendimentos”, disse o professor Newton, que também destacou muitas ações do serviço de oftalmologia da Unicamp em diversas regiões do país, incluindo, a região Amazônica.

Em nome de todos os colegas, amigos e familiares, prestaram homenagens ao professor Kara, as médicas assistentes do HC, Rosane Silvestre de Castro e Denise Fornazário de Oliveira. “Mais do que nos conduzir por mais de 30 anos numa senda de conhecimentos, o professor Newton nos fez ter garra e forças para trabalhar no que de mais temos de importante nos nossos sentidos: a visão”, disse Rosane. “O Projeto Catarata foi o marco estruturador do nosso trabalho, depois vieram muitos novos desafios. Aprendemos a transformar o nosso conhecimento em qualidade de vida para as pessoas, e que a produção do conhecimento só é importante se ele for um agente transformador de realidade”, acrescentou Denise.

Camila Delmontes – Assessoria de Imprensa FCM

Nataly de Medeiros – Fotografia

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