A Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp entregou a nova área do Laboratório de Epidemiologia Molecular e Doenças Infecciosas (LEMDI) com novos equipamentos adquiridos equipamentos de exames PCR, fotodocumentadores, freezeres, capelas, fluxo laminares, dentre outros instrumentos para preservação e coleção de fungos. A solenidade de formalização da parceria entre Unicamp e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) para a entrega de novos aconteceu no auditório do Hospital de Clínicas da Unicamp.
O evento contou com a presença do cônsul geral do Japão no Brasil, Yasushi Noguchi; do reitor da Unicamp, Marcelo Knobel; do diretor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Luiz Carlos Zeferino, do coordenador de Assistência do HC, Plínio Trabasso e da coordenadora do LEMDI, a professora e médica infectologista da FCM, Maria Luiza Moretti, além de outras autoridades da Universidade e do Japão.
O acordo entre as instituições foi firmado em 2017 e prevê investimentos da ordem de US$ 5 milhões durante cinco anos para a realização de projetos de pesquisa clínica em infectologia. Em 2020, chegará um sequenciador de alto desempenho avaliado em US$ 500 mil que estará à disposição de outros laboratórios da FCM.
“Com os novos equipamentos será possível o diagnóstico precoce de infecções fúngicas até a nível molecular e o conhecimento da resistência desses fungos para melhor adequação do tratamento. Além disso, no Brasil o projeto envolve pesquisadores e profissionais do HC da Unicamp, dos hospitais municipais Mário Gatti e Ouro Verde, e do Centro Infantil Boldrini”, disse Maria Luiza Moretti.
De acordo com a especialista da Unicamp, as infecções fúngicas têm alta prevalência entre pacientes que ficam muito tempo internados. Entre as infecções mais prevalentes está a aspergilose que afeta os pulmões. A aspergilose é uma infecção causada pelo fungo Aspergillus, presente na poeira que circula pelo ar. “Não imaginávamos fazer tanto diagnóstico de aspergilose em pacientes hospitalizados”, comentou.
Sobre o LEMDI
O laboratório foi fundado em 1993 e montado com recursos da Fapesp. Em 1996, iniciou-se o primeiro projeto colaborativo da Unicamp com a Universidade de Chiba e a Universidade de Toyama, com a ida de professores e alunos de pós-graduação para o Japão e vice-versa. Em seguida, veio um projeto com o apoio da JICA para treinamento na área de doenças infecciosas e HIV de médicos de países africanos de língua portuguesa.
No início de 2000, outro projeto com a Universidade de Chiba, no Japão foi firmado, e, em 2017, o laboratório foi contemplado com o Science an Technology Research Partenership for Sustainable Development (SATRESP). O projeto prevê, além da readequação tecnológica dos equipamentos do LEMDI, a ida e vinda de pesquisadores da Unicamp, Chiba e Nagasaki.
O SATRESP é um projeto firmado entre a Agência Brasileira de Cooperação do Governo Federal e o governo japonês, por meio da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) para o desenvolvimento e implantação do projetoThe establishement of a research and reference collaborative system for the diagnosis of fungal infections including drug-resistant ones both in Brazil and Japan.“Em mais de 20 anos, por meio dessas parcerias com o Japão, já trouxemos cerca de US$ 9 milhões de recursos para a Unicamp”, ressaltou Maria Luiza.