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Na manhã dessa quinta-feira (2/4), durante entrevista coletiva, autoridades da Área da Saúde da Unicamp e os coordenadores da Força-Tarefa Covid-19 falaram sobre a conquista da universidade que deve otimizar, já nas próximas semanas, o enfrentamento da pandemia em Campinas e região. Na última quarta-feira (01) o Laboratório de Patologia Clínica (LPC) do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp recebeu o credenciamento do Instituto Adolfo Lutz para realizar o diagnóstico da Covid-19 por meio da técnica chamada Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). O teste, desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Biologia que participam da força-tarefa constituída pela Unicamp para o enfrentamento da pandemia, já está pronto para ser aplicado nos pacientes e profissionais de saúde HC.

“Temos visto na universidade inteira, muita solidariedade e união de toda a comunidade. Dentro dos diversos institutos de pesquisa da Universidade, o combate ao coronavírus está sendo travado pelos pesquisadores dentro dos laboratórios. No HC, a nossa batalha tem sido a reorganização e busca de novas soluções para o serviço assistencial em tempo recorde, com o objetivo de oferecer a melhor assistência, o melhor tratamento e o melhor cuidado aos nossos pacientes”, disse o superintendente do hospital e docente da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Antonio Gonçalves Filho, sobre os esforços coletivos empreendidos na universidade para o enfrentamento da pandemia.

Ainda de acordo com Gonçalves Filho, apesar da Covid-19 impactar a humanidade de uma forma nunca antes vista na história, ações de isolamento social e de envolvimento individual e coletivo dos indivíduos, frente à pandemia, como tem acontecido na Unicamp, são decisivas para a redução do contágio e número de mortes. “O sentimento de medo não existe quando vemos a população mundial unida na resolução de um problema que atinge a todos”, disse o superintendente, em agradecimento às doações que chegam a cada minuto à Área de Saúde da Universidade. “Precisamos da ajuda de todos”, reforçou.

Para o coordenador da força-tarefa da Unicamp e docente do Instituto de Biologia (IB), Marcelo Mori, o momento pede união, organização e altruísmo. “Esse é um problema que todos nós estamos enfrentando e que, definitivamente, está mudando o mundo da forma como nós o conhecemos”, disse.

Mori explicou que para o enfrentamento da Covid-19, a Unicamp organizou e estruturou as ações de pesquisa e de apoio diagnóstico da Universidade. Também foram criadas diversas frentes de P&D, pesquisa básica e de ensaios clínicos “com o objetivo de oferecer métodos e reagentes a custos mais baixos, melhor compreender a suscetibilidade de alguns indivíduos à doença, traçar cenários epidemiológicos, dentre outros”.

Infraestrutura

Na atualidade, o HC tem 80 leitos de enfermaria disponíveis para receber os casos suspeitos de Covid-19, em situações menos graves ou moderadas. A UTI conta com 20 leitos ativos para receber os pacientes com a suspeita da doença em estado grave, e 13 desses leitos já estão ocupados. “A expectativa é que até a próxima semana, mais 13 leitos de UTI sejam liberados para os pacientes com suspeita de Covid-19, totalizando 33 leitos de UTI exclusivos para o atendimento da pandemia”, disse o coordenador de Assistência do Hospital, Plínio Trabasso.

Nas últimas duas semanas, o HC da Unicamp tem passado por mudanças estruturais de grande porte em sua rotina assistencial, já apontadas pelos profissionais que atuam na unidade como a maior missão do hospital em toda a sua história. Cirurgias eletivas e atendimentos ambulatoriais foram cancelados, rotinas administrativas foram alteradas, novos padrões de escalonamento de equipes foram criados. Tudo para oferecer a melhor assistência hospitalar dentro da realidade de enfrentamento à Covid-19.

“Dois pontos positivos que gostaria de destacar diante deste cenário histórico, são: o deslocamento das equipes médicas, que até então atuavam no atendimento ambulatorial na realização das cirurgias eletivas, para reforçar as equipes que atuarão no atendimento intensivo dos pacientes suspeitos de Covid-19; e a criação de um serviço de teleacompanhamento diário dos pacientes que recebem alta do hospital. Este serviço é realizado à distância pelos médicos impedidos de realizar atendimento presencial no HC, em função da idade ou fator de risco de contaminação pelo novo coronavírus”, destacou Plínio.

Testes na Unicamp

A partir do credenciamento do LPC ao Adolfo Lutz, o HC está apto a realizar os testes diagnósticos de PCR. Inicialmente, serão testados os pacientes internados e profissionais de saúde do hospital com sintomas suspeitos para Covid-19, mas, de acordo com o coordenador do LPC, Magnum Santos, a expectativa é estender a realização dos testes para colaboradores da área da saúde e de outros unidades do Campi atendidos no CECOM. “Nas próximas semanas receberemos novos insumos importados e, a partir disso, teremos uma ampliação gradativa dos exames”.

O coordenador da frente de diagnósticos da força-tarefa da Unicamp, Alessandro Farias, explicou que os testes que já começam a ser realizados na Unicamp estão acontecendo com os insumos do próprio laboratório de pesquisa que desenvolveu o teste. “Uma vez credenciada, a Unicamp pode iniciar a realização desses testes. Nossos insumos atuais dão conta do que precisamos no momento. O mais urgente é testar os pacientes internados e os profissionais do hospital, suspeitos de estarem com a Covid-19. Nossa ideia é escalonar a nossa capacidade de fornecimento de testes para as próximas semanas”, disse Farias sobre a possibilidade de estender os testes realizados na Unicamp para outros hospitais de Campinas e região.


Texto: Camila Delmondes
Assessoria de imprensa da FCM Unicamp

Fotos: Denny Cesare
Código19 Fotojornalismo

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