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Quem chega pela primeira vez ao Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp para uma consulta, internação ou cirurgia não imagina a quantidade de profissionais envolvidos na administração do hospital para garantir tudo funcionando. Uma das áreas essenciais ao perfeito funcionamento do HC é a Coordenadoria de Administração. Ligada diretamente à Superintendência do hospital, a Coordenadoria de Administração é co-responsável pelo controle do orçamento e gastos da unidade, contratos, recursos humanos e tecnológicos e implementação de mudanças administrativas, entre outras funções.

O médico nefrologista da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp Rodrigo Bueno de Oliveira é quem, atualmente, está à frente desse setor. Rodrigo começou a trabalhar como coordenador de administração do HC Unicamp no final de janeiro de 2020. O convite foi feito pelo superintendente do hospital, o cirurgião pediátrico e também professor da FCM, Antônio Gonçalves de Oliveira Filho. A indicação para o cargo foi feita por José Roberto Matos Souza, ex-coordenador de administração do hospital, com o qual Rodrigo manteve contato ao longo dos anos para resolução de diversas necessidades do hospital.

“Não faço parte de nenhum grupo político ou ideológico e não tenho aspirações maiores dentro da universidade. Procuro apenas trabalhar, no melhor da minha capacidade, em funções necessárias, guiado por ideais e princípios verdadeiros. Aceitei o convite pelo desejo genuíno de ajudar a construir um hospital melhor, mais eficiente. Sou médico e o meu paciente, agora, é o HC”, diz Rodrigo, ciente dos desafios atuais em meio à pandemia da Covid-19.

Referência para a população de Campinas e região em diversas especialidades, o HC Unicamp já atendeu mais de 7 milhões de pacientes desde 1985, quando foi inaugurado do primeiro leito do hospital na Enfermaria Geral de Adultos. O orçamento atual do hospital é principalmente constituído por recursos da Universidade, convênios com a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo e recursos do Ministério da Saúde, por meio do repasse do Sistema Único de Saúde (SUS). Pelo hospital circulam, diariamente, mais de 10 mil pessoas, entre pacientes, acompanhantes, profissionais de apoio, médicos, médicos-residentes e alunos dos cursos de Medicina, Enfermagem, Fonoaudiologia e outros ligados à área da saúde.

Após 100 dias como administrador do HC, Rodrigo faz um balanço das ações realizadas e outras em planejamento. Atuando em diversas frentes administrativas que vão desde obras de infraestrutura até revisão de processos para melhorar o desempenho do hospital e dimensionamento de insumos que impactam diretamente no faturamento do hospital, Rodrigo diz que a área administrativa tem uma visão global da situação econômica e das prioridades do hospital. Isso exige, segundo ele, desenvolver controles microeconômicos e melhorar, constantemente, a eficiência dos recursos humanos e financeiros, garantindo a melhor assistência possível aos pacientes.

De acordo com Rodrigo, o hospital tem estrutura administrativa relativamente obsoleta para as necessidades de desempenho atuais. Recentemente, foram incorporados ao grupo um gerente de projeto e uma analista de processos para integrar a equipe que cuida da plena implantação do sistema Aplicativos para Gestão dos Hospitais Universitários (AGHUse), que permitirá ao HC Unicamp aumentar o controle e compreensão dos custos operacionais do hospital.

“Racionalizar o uso de recursos são questões essenciais para a saúde do hospital. As modernizações de gestão administrativa são trabalhosas, levam tempo e demandam revisão de muitos processos que exigem capacidade conciliatória. Mudar continuamente a cultura institucional é um desafio”, comenta.

Organização e comprometimento

A escalada da pandemia de coronavírus trouxe outros desafios à equipe da Coordenação de Administração do HC. O desabastecimento do mercado e o aumento abusivo de preços de insumos e de equipamentos de proteção individual (EPI) geraram muita apreensão e sacrifícios, e continuam demandando alto nível de energia para garantir que os colaboradores possam trabalhar com segurança. Um dos pilares que deu fôlego para o hospital atravessar essa tormenta foram as inúmeras doações de empresas e pessoas físicas. Isso permitiu a aquisição de milhares de EPIs para os profissionais do hospital.

“No entanto, continuamos precisando muito de doações. A quantidade de EPI´s utilizada diariamente atinge a marca de milhares de unidades. O hospital passa por restrições graves de recursos financeiros e precisa continuar atendendo a população. Apesar disso, trabalho com uma equipe fantástica, desde os colaboradores de limpeza, jardineiros, secretários e funcionários administrativos. Percebo um sentimento positivo e de respeito genuíno, principalmente, para com o HC, diz Rodrigo satisfeito com o desempenho de todos os colaboradores frente às dificuldades impostas pela pandemia do coronavírus.

Juntamente com o Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente e a Coordenadoria de Assistência, em três meses, o hospital foi organizado para cumprir o seu papel durante a pandemia, mantendo outras modalidades de atendimentos essenciais e de urgência. Veja aqui o Plano de Contingenciamento do HC para enfrentar a Covid-19. Segundo Rodrigo, houve um grande esforço de vários profissionais para preparar o hospital para receber pacientes e manter os tratamentos essenciais e de urgência.

Nefrologista Rodrigo Bueno durante plantão clínico na enfermaria Covid-19 no HC Unicamp. Foto: Arquivo pessoal

“Reservamos e preparamos diversos leitos para pacientes com Covid-19 e construímos rapidamente leitos de isolamento na UER. Leitos de UTI foram também reformados e preparados para receber pacientes. Equipes foram treinadas, protocolos assistenciais desenvolvidos e fizemos uma grande operação para modular a compra de insumos e equipamentos necessários. Trabalhamos desde o início da pandemia, seguramente, 14 horas por dia, todos os dias, para avançar”, revela.

Rodrigo sabe que a crise financeira é muito grave e serão necessários novos recursos financeiros para manter o hospital funcionando. “Toda forma de doação é bem-vinda”, diz. O desafio, agora, é lidar com a pandemia e, depois, conduzir o hospital para um porto seguro por meio de outras ações administrativas que passam por uma série de mudanças culturais, e continuidade de boas ações já feitas no passado. Tudo isso demanda tempo para consolidação. Segundo Rodrigo, também é fundamental integrar, cada vez mais, profissionais de administração especializados à equipe administrativa.

“Posso dizer que a administração e gestão hospitalar,  em algum grau, se parece com a atuação médica: temos que observar os sinais, sintomas e fazer uma  boa análise clínica para chegar ao diagnóstico, e somente a partir disso, elaborar um plano terapêutico. O tratamento, muitas vezes, é difícil e doloroso e pede resiliência. Ao final, retoma-se a saúde, que deve ser preservada com mudança de hábitos”, conclui.


Seja um amigo do HC. O hospital precisa de doações

Para doar, acesse aqui ou ligue para a Central de Doações do HC (19) 9 9834 8160


Texto: Edimilson Montalti
Assessoria de imprensa da FCM Unicamp

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