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Com a presença do reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, o Hospital de Clínicas da Unicamp entregou nesta sexta-feira (27-11), um novo espaço dedicado às famílias de pacientes que foram a óbito. A proposta de renovar a sala de acolhimento familiar foi do Coordenador de Assistência, professor Plínio Trabasso, com o apoio da Coordenadoria de Administração e da Superintendência do HC. A sala será enriquecida com uma obra de arte doada pelo artista plástico Arvid Duduch.

Luiza Conceição Ferraz Rosa, diretora do Serviço de Arquivo Médico (SAM), que será a unidade responsável pela sala de acolhimento familiar. Ela abriu a cerimônia agradecendo à gestão e à sua equipe. “Estou bastante contente com mais uma conquista para nossos usuários”. Antes, os atendimentos eram realizados pela equipe do serviço social sem um espaço dedicado.

Plínio Trabasso relata que a proposta de humanizar o ambiente com alguma obra de arte foi para proporcionar mais tranquilidade ao espaço, que será destinado exclusivamente para o acolhimento de familiares, parentes e amigos de pacientes que faleceram no HC. “A obra medindo 1,30 x 120 retrata um vaso de flores e mesmo com a visão esquerda comprometida desde o ano 2000, traduziu seu carinho e sua alma na tela que nos presenteou rica em detalhes na técnica de aquarela”, disse.

Filho de pais búlgaros, o artista nasceu em Quatá, no interior de São Paulo em 1941, mas foi criado na capital paulista desde os três anos de idade. É formado em técnico em eletrônica e violinista pelo conservatório musical Heitor Vila Lobos (SP). Casou-se com Lydia em 1967, com quem teve dois filhos, Marco Aurélio e Wagner, que lhe frutificaram três netos. No início dos anos 80, mudou-se com a família para Campinas, onde vive até hoje. Duduch ficou viúvo há 18 meses.

“É um privilégio estar participando desse trabalho, que não é meu, já que a minha aluna e médica aqui na Unicamp, me orientou sobre as corres e o motivo. Eu segurei o pincel e ela veio com as ideias”, comentou se referindo a médica Eliana Pires de oliveira Dias.

O superintendente reforçou a missão do hospital em salvar vidas, porém, a convivência com a morte também existe. “Aqui continuamos a cuidar da família, nesse momento difícil, daqueles que estão partindo e espero que a presença de uma obra de arte amenize essa dor”, falou Antonio Gonçalves de Oliveira Filho. O reitor da Unicamp encerrou agradecendo ao artista. “Certamente é algo importante para momentos de perda, um ambiente para acolher aqueles que estão fragilizados”, concluiu Knobel.

TRAJETÓRIA – O artista recorda que o trampolim para sua atuação como artista plástico foi quando procurou um médico homeopata amigo da família em Campinas. Na época, Duduch, como ele mesmo diz, estava estressado ao extremo e, questionado pelo médico sobre o que gostava de fazer, respondeu que pintar, porém não tinha tempo. “Ele não receitou nenhuma medicação e prescreveu: pintar”, recorda.

A partir daí, iniciou seu caminho no desenho e na pintura. Em 2000, percebeu problemas na visão e recebeu o diagnóstico de degeneração macular com perda irreversível no olho direito. Nesta época, se aposentou e abriu o ateliê onde ensinava aos alunos que procuravam, como ele, “curar a alma” através do desenho e da pintura. “Mesmo perdendo parte da visão e tendo que se adaptar à nova perspectiva e profundidade, foi seu período mais produtivo”, conta Duduch.

O artista participou de várias exposições, incluindo as promovidas pela Associação Paulista de Belas Artes, no campus da Unicamp, na FCM e na Escola Preparatória de Cadetes do Exército em Campinas. Dentre seus alunos, foram muitos os profissionais da universidade, incluindo professores e médicos do HC/UNICAMP.

Caius Lucilius – Assessoria de Imprensa HC

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